15 / 02 / 11

Michael Jackson – O Mito e Seu Último Álbum

Com o avanço em velocidade máxima da internet na última década, o mundo da música vem mudando assustadoramente, não tem mais volta, não há como retroceder. Essa é uma discussão complexa e será falada mais a frente para os leitores. Mas o que quero dizer, é que com esse avanço tecnológico e os meios de comunicação se expandindo ao redor do mundo, a impressão que tenho, é que nunca mais veremos um novo Michael Jackson, o "MITO".

Michael Jackson

Com o avanço em velocidade máxima da internet na última década, o mundo da música vem mudando assustadoramente, não tem mais volta, não há como retroceder. Essa é uma discussão complexa e será falada mais a frente para os leitores. Mas o que quero dizer, é que com esse avanço tecnológico e os meios de comunicação se expandindo ao redor do mundo, a impressão que tenho, é que nunca mais veremos um novo Michael Jackson, o “MITO”. Assim também como Elvis, Beatles ou Madonna por exemplo.

A tendência do mundo moderno é ter cada vez mais espaço para todos os artistas divulgarem suas músicas e nesse ponto a internet, e sites como Youtube ou MySpace, é fantástica, mas um novo Michael, não veremos nunca mais. Nunca esqueci quando o telefone tocou em meu Studio de gravação, e atendi minha filha dizendo que Michael tinha morrido. Era um final de tarde do dia 25 de Junho de 2009. E na hora, pensei: Ah, é mais uma obra da mídia sensacionalista, mas logo em seguida entrei no site da rede CNN, e vi as notícias. Fechei meu Studio, peguei meu carro e fui para minha casa assistir os noticiários. Meu celular não parava de tocar, com amigos me dizendo, o que eu e as pessoas que amam boa música, não queriam ouvir. As redes CNN e BBC davam e confirmavam a morte de Michael Jackson. Eu na mesa de jantar, não conseguia acreditar nas imagens. Desde o início, olhei com muita desconfiança aquele médico particular de Michael, o Dr. Conrad Murray, confesso que senti raiva dele, mas deixemos isso para os tribunais dos EUA.

Muitos criticaram os pais, principalmente, Joe Jackson, o pai, pela maneira com que criou seus filhos, Katherine sempre nos pareceu mais doce, e mesmo sem ter a minha simpatia, reconheço em Joe, com sua disciplina rígida e polêmica, o mentor da indústria que iria se tornar os fabulosos Jackson 5. Michael separou-se dos irmãos e explodiu em carreira solo se tornando um Mega Star! Tenho todos seus álbuns, mas o meu preferido ainda é “Off The Wall” lançado em 1979, e produzido pelo mago Quincy Jones. Um discaço!!!

Há dias atrás, ganhei de presente de minha filha, o CD “Michael” seu último álbum. Foi uma surpresa extraordinária. O CD abre com “Hold My Hand” em dueto com Akon, que assina a produção e ainda executa todos os instrumentos com o também compositor Giorgio Tuinfort. Em “Hollywood Tonight”, Michael está fantástico, cantando como nunca e com que se tornaria sua marca. Batida (Beat) marcante para boas pistas de dança e “Groove” elegante com uma pulsação que remete a “Dangerous” o sucessor de “Bad”. A seguir, encontro a bela balada “Keep Your Head Up”, e mais uma vez Michael esbanja leveza e categoria com sua voz afinadíssima, e os “backings vocals” têm nítida influência dos corais de igrejas Gospel. Uma grande escola de cantores nos EUA. Linda música! “(I Like) The Way You Love Me”, é outra balada espetacular, que pode-se ouvir os vocais feitos pelo próprio Michael em “Overdubs” e conta com a percussão luxuosa de nosso querido Paulinho da Costa, radicado há décadas nos EUA. “Monster” volta com a marca Jackson de batida exuberante e conta com o “Rapper” 50 Cent. “Best Of Joy” é uma música perfeita para se ouvir num belo pôr-do-sol.
“Another Day” tem participação de Lenny Kravitz na guitarra (com solo vigoroso), baixo e vocais. “Behind The Mask” retorna ao “Groove”, com belo solo de Sax Alto de Mike Phillips e do super tecladista Greg Phillinganes (Stevie Wonder & Eric Clapton). E fechando o disco, temos a voz suave de Michael em “Much Too Soon” mais uma bela canção para um disco que não pode faltar na coleção dos fãs.

Caros leitores, com a morte prematura de Michael, desaparece uma estética sonora impressionante, moderníssima, muito a frente de seu tempo, sonoridade elegante, altamente dançante, baladas românticas para embalar lindas noites de amor. Tudo isso conquistado em parte com o mega produtor Quincy Jones.
Michael fez inúmeras plásticas, inúmeras bizarrices, sabia gastar como ninguém o dinheiro que ganhava, mas daqui há 50, 100 anos ninguém se lembrará desses detalhes, mas o que ficará é sua genialidade e sua música que nunca desaparecerá das rádios, tocadores (players) de música e de nossos corações.

Beto Saroldi
(Saxofonista, compositor & produtor musical)

Beto Saroldi - Rio de Janeiro/RJ

Saxofonista, compositor e produtor musical, começou sua carreira em 1975 com Eduardo Dusek e desde cedo foi muito requisitado nos estúdios, gravando com Fafá de Belém, Zizi Possi, Capital Inicial, Barão Vermelho, Gilberto Gil, Toquinho, Lulu Santos e muitos outros astros da MPB. Fez parceria com Erasmo e Roberto Carlos, tocou com Wagner Tiso & Lô Borges e ainda pertenceu a "UmBandaUm" de Gilberto Gil, fazendo turnês pelo Brasil, EUA, Europa, América Central e Oriente Médio.

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