29 / 07 / 14

Ônibus errado…

Por José Carlos Paiva Bruno – OABRJ 73304

Ônibus errado...

Existe uma expressão clássica: de graça, até ônibus errado… Bem verdade; hoje experimentei a máxima. Imagine aquela segunda-feira fria, quando dum final de semana festivo, você dorme pouco em noite anterior, acorda fazendo barba; sonolento pedindo perdão e forças à misericórdia divina. Então vamos com Fé, que estar vivo com saúde e trabalhando traduz grande bênção. Certa feita, disseram-me que realmente seduzo escrevendo, pois o faço com alma, calma que além das minhas crônicas e poemas, meu “Ganso de Ouro” (imagino Die goldene Gans dos Irmãos Grimm), seja efetivamente autobiográfico. Espero sinceramente que o final seja diferente, não quero matar o ganso por ignorante cobiça. Até porque “afogar o ganso” é realmente muito melhor, metáfora chinesa bizarra, não a tradução gíria é claro…

Torno a minha rotina de Analista da Qualidade na fabricante líder de caminhões mundialmente, onde em verdade rotineiras são as especificações de segurança e busca da excelência alemã. Sendo os desafios sempre cotidianos, diversidade criativa orientada aos resultados maximizados sempre. Mais ou menos assim, até a Qualidade todo mundo pode errar, daí pra frente não. Entendo ser o que me faz contente. Saibam: o Analista traduz aquela interface necessária entre a metodologia que deve ser aplicada e a capacidade de absorção do meio, que também onde você tomará se falhar…

Viagens de testes; rodagens críticas, novos processos, controle e planejamento dessa literal roda-viva do Chico Buarque. Desenvolvendo também números e planilhas; suporte a decisões rápidas. Por aí, rodando… Até então os clientes internos vem sendo atendidos por mim, imagino que com eficácia e eficiência necessárias ou desejadas.  Creio que o mérito está na Equipe, pois que na maioria das vezes, as engrenagens funcionam bem. Interface acaba sendo gestão de predicados distintos, necessários ao objetivo final. Com todo respeito à Supervisão onde me reporto, que efetivamente competente traduz meu facilitador motivador. Pois que o grande inimigo da eficácia é a incompetência, assim como da eficiência seja a leniência. Conveniência de não existirem, ou serem estimulados por aqui. O tempo rodou num instante, nas voltas do meu coração…

Fato é que ao final do expediente, onde as rotas e rodas, seus respectivos números e leiaute ônibus na saída foram alterados recentemente. Eu, desesperado bom de cama, a fim de reclinar a poltrona e dormir o sono dos justos, entrei no bonde errado. Acordado pelos anjos quase no final da linha, somente três a bordo, incluindo o motorista. Não reconhecendo a periferia onde estávamos, tratei de perguntar ao condutor. Esclarecido então, percebi com meus botões, que estava longe do alvo… Continuando o interrogatório, vez que estávamos próximos ao ponto final, pedi se ele faria uma rota de retorno distinta, que me possibilitasse com segurança e menor esforço retornando ao Lar. Face à negativa taxativa, orientou-me outro colega solidário descendo um ponto antes do final, quando eu lá estivesse, deveria dobrar em sentido oposto, e caminhando uns três quilômetros atingiria um bairro próximo ao meu. Agradecido ao samaritano, tratei desembarcar e seguir o sugerido. Agora, literalmente caminhando e cantando, percebi estar próximo ao bordel da minha juventude, canção daquela honorífica iniciação da carne… O quase templo não existe mais, de bambuzinho só algumas cercas remanescentes. Caminhando por cá trinta e cinco anos depois, percebi quanto saudável é minha jornada, onde melhor estar vivo para revê-la, assim sem-vergonha de olhar pra trás… Viajante amando amado, uns quatro quilômetros adiante chegando por cá, sem vergonha de olhar em frente! Roda mundo, roda-gigante. Rodamoinho, roda pião…

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