05 / 03 / 15

08 motivos para refletir no dia 8 de março

Motivos para refletir no dia 8 de março

 1. Por nossas conquistas históricas

Somos resultados de um longo processo histórico: Lutamos pela liberdade, pela igualdade, pela efetivação democrática para termos direitos adquiridos. Consistirmos em luta, com participação em todo o momento, mas por muitas vezes abafados pelo patriarcado, religiosidade “cega” e etc. Sementes de Ester, Olga, Simone, os únicos dos poucos nomes que sobraram do extenso processo opressor. Historicamente humilhadas e retraídas, procuramos uma chance agora para reconquistar, o tempo perdido, jogado e massacrado por uma ordem ou pela extrema ignorância, resultado de um dilatado período onde a força física levantou e manteve impérios.

  1. Desigualdade Salarial

Sim! Em plena modernidade desenvolvemos as mesmas funções e ganhamos menos. Sendo isso um absurdo sem medidas, não somos poupadas de escutar pessoas que defendem esse discurso, maior exemplo ‘deputado’ Jair Bolsonaro e seus surtos psicóticos “Patrões deveriam pagar menos para mulheres porque elas engravidam”. Como assim? Vou lutar contra minha natureza? Ou o que dizer da recente entrevista incentivadora do ‘deputado’ Marco Feliciano: “Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos”.

E agora José? Se sou mãe tenho que ganhar menos por engravidar. Se não engravido por vontade de não ser mãe e trabalhar crio um déficit social. Mulheres está na hora de nos inflamarmos contra essa desigualdade e assumirmos um papel protagonista nessa história!

  1. Ditadura midiática  

Me angustio em ver  tantos produtos midiáticos subserviente, adestradas e manipuladas pelo sistema. Submetidas as normas morais repressivas, com um papel taxado ao nascer da perfeita dona de casa (mostrado em todos comerciais na TV: produtos de limpeza, alimentos e infantil) ou tendo que seguir em um padrão infalível de corpo, rosto e vestuário. Uma mídia que bombardeia e criminosamente mata milhões de mulheres vitimas desse padrão de perfeição inalcançável. Mulher, teu coração é o maior cartão postal desse mundo hostil.

  1. Violência e morte

Em apenas 24 horas 10 mulheres são assassinadas no Brasil vitimas de violência doméstica. A cada 5 minutos uma mulher é agredida em nosso país. Por criação de leis como Maria da Penha ou a aprovação do feminicídio para criminalizar condutas que destroem mulheres em âmbitos psicológicos, patrimoniais e físicos. Devemos lutar para evoluir ao ponto de não precisar enrijecer as leis e criminalizar o óbvio, o desumano e a humilhante violência contra mulher em seu âmbito familiar e até mesmo trabalhista.

  1. Estupro

Se fosse definir uma ação medieval e brutal, obviamente estupro estaria entre elas. Em 365 dias 50.224 brasileiras são estupradas, claro que estamos em uma nação onde tudo é resultado da provocação da vitima: “Usou uma roupa curta” “Estava bêbada” “Não se dá o respeito” “Estava no lugar errado e/ou horário”. Mulheres são tão aterrorizadas por esse crime que devem ter horário, lugar, roupa, para o dia e de modo exato. Temos que nos resguardar para não ativar esses pontos extintivos e brutais masculinos, aplaudido socialmente. Não devemos esquecer da declaração do Alexandre Frota “Em pé, fazendo movimentos que simulavam a situação contou que, ao final do ato sexual, a mulher apagou”. E novamente Jair Bolsonaro “Não sai daqui não, Maria do Rosário. Fica aí, fica. Não lhe estupro porque você não merece”. Em simples pesquisas achamos esses atos vexatórios de leigos feito Frota ou como loucos modo Jair.

Motivos para refletir no dia 8 de março

  1. Por uma maior participação na política

Em 2015 completamos 82 anos de conquista do voto feminino. Infelizmente não temos muito o quê comemorar, somos maioria no eleitorado e minoria no senado, câmara, prefeituras, governos e etc. Correspondemos 10% dessa classe. A Lei nº 9.100/1995, que regeu as eleições de 2006, trouxe uma grande conquista feminina ao determinar que pelo menos 20% das vagas de cada partido ou coligação deveriam ser preenchidas por candidatas mulheres. A Lei nº 9.504/1997 (Lei das Eleições) determinou que no pleito geral de 1998 o percentual mínimo de cada sexo fosse de 25%. Já para as eleições posteriores, a lei fixou em 30%, no mínimo, a candidatura de cada sexo.

  1. Pelas 130 operárias mortas na fábrica têxtil

As histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher alimentam o imaginário de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas. Sem dúvida, o incidente ocorrido em 25 de março daquele ano marcou a trajetória das lutas feministas ao longo do século 20.
Desde o final do século 19, organizações femininas oriundas de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de aproximadamente 15 horas diárias e os salários medíocres introduzidos pela Revolução Industrial levaram as mulheres a greves para reivindicar melhores condições de trabalho e o fim do trabalho infantil, comum nas fábricas durante o período.

8 Motivos para refletir no dia 8 de março

  1. Por ser mulher

E hoje, a mulher atual está mais instruída e preparada para encarar com maior firmeza os desafios que estão por vir. O conceito de feminilidade, relacionado à inferioridade, à fraqueza, à passividade ou à submissão, que foi condicionado por séculos pelo modelo patriarcal, não será mais aceito. Não há vergonha em ser feminina, pois naturalmente somos, nem tão pouco precisamos adotar comportamentos masculinos para defender nosso espaço na sociedade. Homens e mulheres jamais serão iguais, embora seus direitos possam e deve sê-los. Somos diferentes e queremos ser respeitada pela diferença, no entanto diferentes, sim; inferiores, jamais!

Elisama Viana - Maceió/AL.

Acadêmica do curso de Direito pelo Centro Universitário Cesmac, vivencia o Direito por um andamento mais zetético, buscando explicações em sua Filosofia, Historia e Sociologia, atualmente em um projeto de pesquisa com seguinte temática: “Direito ensinando a cidadania”; blogueira no site Estação Alagoas, contemplada para estudar a língua francesa pelo Centro Universitário Cesmac, e tomou para si a lide em defesa da Mulher, “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância”. (Simone de Beauvoir).

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