Uma visão masculina sobre a violência contra as mulheres

Por: Luiz Lourenço *

Quando observamos a sociedade, vemos que alguns problemas graves persistem e chegam a parecer inclusive sem solução. Este é o caso da violência doméstica contra as mulheres. Homens que deduzem ter o direito absoluto sobre as mulheres a ponto de praticarem o ato de violência contra elas, podem mesmo insistir em agir dessa forma?

A sociedade é predominantemente machista e isso inclui também grande parte das mulheres. Isso, porém, não justifica o ato, que é crime! Se observarmos a opinião feminina sobre a violência contra mulheres teremos, pelo menos em sua grande maioria, uma posição firme contra, e isso é mais do que obvio e esperado. Mas a questão neste momento, que foi com a qual fui indagado, é: Qual a visão masculina sobre a violência doméstica praticada contra as mulheres e que é assombrosamente ainda frequente?

Olhando para a violência contra mulher em um nível nacional, podemos observar que, de um modo geral, em nossa sociedade, o grande fator que impulsiona o homem a ser agressivo ou usar de violência contra uma mulher é nada mais que um notável complexo de inferioridade que o põe sob um medo inconsciente e injustificável de se sentir, de alguma forma, inferior ou vencido por uma mulher seja em qualquer aspecto. Por exemplo, numa discussão, no receio absurdo e idiota de não se sentir vencido, o homem subjuga sua companheira por meio da violência e garantir sua posição imaginária de macho alfa. Este fato não é uma justificativa ao ato! Pelo contrário, é um argumento para condená-lo ainda mais!

Qualquer ato de violência contra mulher, praticado por um homem é um absurdo resultado de um machismo que tem o injustificado objetivo de tentar afirmar a falsa e enganosa ideia que permeia a mente de grande parte dos homens, que é a de que são em alguma coisa superiores às mulheres, tentando, covardemente, fugir da possibilidade de assumirem que isso é apenas uma mentira.

Em qualquer sociedade vamos encontrar os mesmo ou diferentes motivos que colocam na mente do homem a ideia, que por sinal é real apenas em sua mente, de que possuem alguma posição superior que lhes garantam o direito de, sob qualquer que seja o meio, subjugar a mulher. E sejam quais forem os motivos, estarão sempre sendo armas para condenar ainda mais ferrenhamente esse ato criminoso. Seres humanos são, antes de qualquer coisa, seres humanos e nenhum ser humano possui capacidade alguma para subjugar outro. Na verdade se algum ser humano consegue se colocar em uma posição inferior aos demais são estes que usam de violência contra as mulheres e, deste modo, saem da posição de componentes da família humana, para passarem a agir como animais irracionais sob um instinto unicamente egoísta e violento.

Esta é a visão de um homem sobre um ato praticado por homens.

Sobre o  Luiz Lourenço
Ex-diretor de marketing da Agência Municípios Alagoanos, atualmente professor de História, atividade que vem sendo exercida há três anos, atuando no ensino fundamental II e no ensino médio. Estudante de teologia, com um olhar para as consequências político-sociais dos principais atos teológicos/religiosos.

Elisama Viana - Maceió/AL.

Acadêmica do curso de Direito pelo Centro Universitário Cesmac, vivencia o Direito por um andamento mais zetético, buscando explicações em sua Filosofia, Historia e Sociologia, atualmente em um projeto de pesquisa com seguinte temática: “Direito ensinando a cidadania”; blogueira no site Estação Alagoas, contemplada para estudar a língua francesa pelo Centro Universitário Cesmac, e tomou para si a lide em defesa da Mulher, “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância”. (Simone de Beauvoir).