O fim é o começo: a liberdade pós-relacionamento abusivo
Para ser bem sincera leitor, não soube muito bem como começar com dignidade a destrinchar este tema. Falar de relacionamento nunca foi meu ponto mais reforçado na vida, acho que pela complexidade que o assunto traz consigo e necessariamente a imaturidade que ainda carrego sob mim pelo curto tempo de existência. Mas segundo Fernando Pessoa: Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Você poderia contar comigo quantas vezes se submeteu a algum tipo de relacionamento abusivo por algum tipo de dependência/chantagem emocional?…
99,9% dos depoimentos que recolhi para a construção desta matéria afirmaram viver ou está vivendo algo do tipo, mas o depoimento mais emocionante é de uma pessoa que deixaria qualquer pessoa sem palavras.
Amor é a palavra ‘mágica’ do abusador (a) para submeter alguém há algo tão cruel e ilegítimo que é a opressão advinda dos relacionamentos. Estamos cientes que nada começa com uma grande tapa, que a violência em regra não é apenas a física. Hoje falaremos sobre a violência psicológica da ameaça, chantagem e excesso. Não! Não é excesso de amor, é a sedenta luta pelo poder.
O poder foi o termo mais encontrado nas declarações que recolhi. O poder pelo corpo do parceiro (a) em querer determinar: o que vestir, aonde ir, o que fazer, com quem falar ou com quem não falar. Exercer poder sob a simples liberdade, quando profiro liberdade não devo ser confundida com libertinagem, sabe-se que a base da convivência em parceria é firmada no respeito.
Atualmente no Brasil segundo os dados encontrados no Mapa da Violência 2015, são mortas por dia 12 mulheres, vitimas de crimes passionais. O crime passional (cometidos por paixão) é a forma mais drástica do poder exercido em último grau. É o resultado da construção histórica em pensar que por amor VALE TUDO! Não, mas amor não mata.
Feita toda essa simples explanação, observaremos que a liberdade posterior há um relacionamento abusivo é o estágio mais difícil de adaptação da vítima e do parceiro.
Quando tudo se finda, as pessoas não são tão ruins, como amanhã observaremos que elas realmente são. Pelo momento de luto que é a perda de quem realmente amamos, passamos a querer maquiar a total realidade explicita a todos que nos rodeiam. Conselhos que são advindos de amigos, familiares e os mais experientes são relevados. O fim é mais dificilmente aceito pelo abusador, o vazio no ego do mesmo se torna um desafio contra a sua vaidade.
Mas a última pergunta a ser feita é: Quanto custa a sua liberdade?
Quem ama verdadeiramente não ver na submissão e na prisão do outro a sua felicidade. Não seja prisioneiro de um sentimento retrógrado. A maioria das vezes o fim é o começo para uma vida de cheiro doce e sabor de liberdade. Não duele, não negocie, não se submeta.
Sabe quanto custa a sua liberdade?
(…)
Ela não tem preço!
Por: Elisama Viana
Para: Você J.