04 / 08 / 10

Um espetáculo de José Possi Neto

Estreia 30 de julho, no Estúdio EMME

 

Bailarinos, cantoras, músicos, jazz, sensualidade compõem a atmosfera envolvente de Emoções Baratas, espetáculo que lançou e revelou para o Brasil a banda Heartbreakers, em 1988.

O renomado diretor de teatro José Possi Neto remonta o premiadíssimo espetáculo Emoções Baratas. O espetáculo show, criado por ele em 1988, que ficou em cartaz por mais de dois anos e meio, volta à pista, dia 29 de julho, às 21 horas, no Estúdio EMME (ex-Avenida Club, onde foi apresentado anteriormente).

Emoções Baratas, assim como outros trabalhos do encenador, comprova a criatividade, ousadia e estilo simples – ao mesmo tempo requintado -, de Possi, que assina a direção e o roteiro da montagem.

A sua motivação começou em 1977, quando ele visitou um clube de jazz em Boston, nos Estados Unidos. “Ficava num basement, um porão… Havia muita gente. Todos eram negros. A música era fantástica e excitante, a energia da plateia cativante e sensual. Mas algo me intrigou: como vibrar com aquela música e ficar sentado nas mesas, SEM DANÇAR? Eu fiquei ali admirando aquele cenário e logo veio um pensamento: – um dia eu quero fazer um espetáculo com esse clima, mas os espectadores serão tomados pela música e vão saltar sobre as mesas e DANÇAR!”.

Depois de 11 anos nasceu Emoções Baratas. Possi conta que na época escutou os HEARTBREAKERS executarem ao vivo 48 canções de Duke Ellington. “No primeiro momento trabalhei durante quatro semanas somente com os músicos. Editei música por música, adequando-as ao espetáculo e, assim, criei o roteiro musical antes de começar o trabalho com os bailarinos”.

O espetáculo foi criado e apresentado na linguagem de teatro-dança e foi fruto de laboratórios de interpretação, em que músicos, bailarinos e cantoras foram cuidadosamente preparados corporalmente e teatralmente para construir um teatro musical jazzístico fora de qualquer modelo antes estabelecido.

Além da banda Heartbreakers, o espetáculo revelou novos bailarinos e as cantoras Misty e Aldyel Silva. Agora, Possi Neto revisita Emoções, trás de volta os músicos do grupo Heartbreakers e apresenta novos bailarinos e duas novas cantoras: Bibba Chuqui e Karin Hils.

A excelente qualidade da banda, o frescor, a intensa energia dessa criação e sua postura inovadora fizeram a imprensa e público celebrar Emoções Baratas como o espetáculo cult daquela temporada, que além do Avenida Club, ficou também, por 30 meses, em cartaz no Ópera Cabaré, em São Paulo. Apresentou-se, ainda, com sucesso em Porto Alegre e em Belo Horizonte.

O ano de 2010, portanto, marca os 22 anos da estreia de Emoções Baratas e, para comemorar, a montagem volta atendendo ao assédio de fãs e de públicos que desejavam rever ou assistir pela primeira vez a esse espetáculo tão singular e tão festejado.

Agora, em 2010, Emoções Baratas faz um resgate (com o amadurecimento, potencializado pelo tempo e distanciamento, propiciado ao diretor e à banda) de toda a essência desse espetáculo cênico ‘híbrido’ que encantou e angariou uma legião de fãs com sua mistura de teatro, dança e música, contribuindo para a retomada do teatro musical no país, abrilhantando o segmento.

Segundo Possi, a nova montagem de Emoções vai promover um novo resultado. Assim como o espetáculo original, a atual encenação é também fruto de um trabalho sobre improvisações, provocadas e dirigidas pelo diretor, resultando em cenas e coreografias que revelam os novos intérpretes. “Eu adaptei e moldei cada artista, de acordo com suas habilidades e desempenhos em cena. Revisitei todas as etapas, elementos e detalhes”.

Emoções Baratas é ambientado em um cabaré, em um clube de jazz. Todos os bailarinos, à exceção do bailarino que interpreta o garçom, assim como os músicos, à exceção do baixista, começam misturados com o público, ainda no saguão de entrada.

Na pista de dança, cadeiras de madeira, típicas de cabaré, estão amontoadas. Um único foco de luz, branco e forte, banha o contrabaixo de madeira e o baixista, o qual executa o solo jazzístico – “Things ain’t what they used to be” (Ellington, Persons, 1942).

O público, cantoras, músicos e bailarinos espalham-se pelo bar e pelas mesas da plateia. Três mesas especialmente construídas pela cenografia abrigam 12 espectadores e servirão também de palcos paralelos para as coreografias durante a apresentação.

O “garçom-bailarino” desconstrói a “montanha” de cadeiras, com movimentos de sua dança contemporânea. Os músicos cruzam o palco aos poucos. Alguns ocupam diretamente seus lugares na orquestra.

Por último entra um músico, carregando a sua maleta de instrumento, vestindo capa de gabardine, com um chapéu, no melhor estilo de Humphrey Bogart. Ele apoia a mala em uma das cadeiras deixadas pelo garçom. Abre a maleta e retira dela um belíssimo trompete que brilha como ouro.

Assim como o instrumento, seu som projetado reluz pelo ambiente. É o solo de “Mood Indigo” (Ellington, Irving Mils, Barney Bigard, 1931), acompanhado pelo baixo. Aos poucos se incorporam à vibrante melodia o vibrafone e o piano. Um clima de frenesi, elegância, sensualidade e música magistral é instalado.

A orquestra explode com “Cotton club stomp” (Ellington, H.Carney, J.Hodjes, 1930). Os bailarinos saltam sobre as mesas, dançam sobre elas, invadem o palco-pista de danças. Entre as canções apresentadas estão: “Satin doll” (Ellton, Strayhorn, Mercer, 1927), “Stomp look and listen” (Ellington, 1947) e “It don’t mean a thing” (Ellinton, I.Mills, 1929).

Em um determinado momento do musical, os músicos deixam o palco da orquestra e se juntam aos bailarinos e uma das cantoras. Recursos tecnológicos (pré-gravação da música em estúdio) garantem que os instrumentos continuem em execução para que todo o elenco dance, inclusive os músicos.

Outro ponto alto do espetáculo permite aos bailarinos escolherem espectadores (as) para dançar com eles, em mais um momento de interação e entretenimento para o público.

O prestigiado José Possi Neto é um profissional altamente dinâmico. Apenas neste primeiro semestre de 2010 foi possível ver a sua assinatura em direção de peças como a “A Loba de Ray Ban”, “Amigas, pero no mucho”, “Usufruto” e “Bark! Um Latido Musical”. Em junho passado, como diretor, ele estreou o espetáculo de dança “Marta Graham Memórias”, com as Cias. Sociedade Masculina e Estúdio 3 Cia de Dança, E, ainda, neste 02 de julho estreou BAOBÁ, uma adaptação livre de O Pequeno Príncipe, de Saint Exupéry para o Cisne Negro Cia de Dança.

Emoções Baratas

 

Estúdio EMME (antigo Avenida Club) (250 lugares)
Avenida Pedroso de Morais, 1.036 – Pinheiros
Informações: (11) 2626-5835
Bilheteria: terça e quarta das 15h às 20h e de quinta a domingo das 15h até o início do espetáculo.

Aceita dinheiro e os cartões de débito Redeshop e VisaElectron.

Vendas: www.compreingressos.com. Tel.: 2626-5835 (Das 9h às 21h. Aceita todos

os cartões de crédito).

Estacionamento Vallet – R$ 15 (Convênio com Park Vênus, rua Cardeal Arcoverde, 2.898)

 

Quinta, às 21h, sexta, às 21h30, sábado, às 21h, domingo, às 19h

 

Quinta e Domingo: Camarote R$ 70 e Mesa R$ 50

Sexta e Sábado: Camarote R$ 80 e Mesa R$ 60

  

Duração: 75 minutos

Classificação etária: 12 anos
Gênero: Musical

 

De 30 de julho a 31 de outubro

Ficha Técnica:

  

Roteiro e Direção: José Possi Neto
Direção Musical: Guga Stroeter
Coreógrafo: José Possi Neto
Cenário: Jean Pierre Tortil
Figurinos: Fabio Namatame
Design de Luz: Wagner Freire

 

Elenco: Ana Luisa Seelaender, Ivi Mesquita, Janaina Zuba, Kauê Ribeiro, Leandro dos Anjos, Lucimar Castro, Rafael Machado, Roberto Alencar e Simone Camargo.

 

Cantoras: Bibba Chuqui e Karin Hils

Banda Heartbrakers:

Vibrafone: Guga Stroeter
Bateria: Luis Andre Gigante
Contra Baixo: Gustavo Boni
Trumpete: Gê Ribeiro
Sax Barítono: Anderson Quevedo

Piano: Pepe Cisneros
Sax Alto: Ivan de Andrade
Sax Tenor: Jorge Cirilo
Trombone e Guitarra: Emiliano Sampaio

Fotos: Luiz Tripolli

Projeto gráfico: Laburdza

Ensaiadores: Vanessa Guillen e Wilson Aguiar

Direção de Produção: Andrea Francez, Priscila Prade e José Possi Neto
Produção Executiva e Administração: Renata Stavalle

Assistente de Produção: Névio Akira

Produção Heartbrakers: Gleice Uchino
Realização: Mise en Scene Produções Artísticas e Super Amigos Produções
Técnico de Som: Luiz Eduardo Correia
Técnico de Luz: Marcelo Tosta
Assessoria Jurídica: Andrea Francez e Wanda Alonso

Salani - São Paulo/SP

Manhattan PaulistaAntonio Salani pertence a ABRAJET (Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores de Turismo), Febracos (Federação Brasileira de Colunistas Sociais) e APACOS (Associação Paulista de Colunistas Sociais). É médico especialista em medicina esportiva com pós graduação em medicina do trabalho, entre outras áreas, além de possuir mestrado em administração e organização hospitalar. Atua também como jornalista, fotógrafo e colunista em várias revistas e jornais.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *