28 / 03 / 11

Os olhos violetas que encantaram o mundo

Fotos: divulgação
Olá, queridos amigos!
Eu tinha outra pauta em mente para minha coluna, mas tudo mudou com a notícia da morte da talentosíssima e bela atriz inglesa, Elizabeth Taylor.
Internada no centro médico do Cedars Sinai, em Los Angeles, desde o início de fevereiro, com problemas no coração, Liz Taylor morreu na terça-feira passada, dia 23 de março, aos 79 anos, em decorrência de insuficiência cardíaca. Ao seu lado, estavam os quatro filhos, Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton, nascida da união de Liz com o ator inglês Richard Burton, com quem foi casada por duas vezes.

Liz, como era conhecida pelos íntimos, era filha de pais americanos, embora tenha nascido em Londres, em 27 de fevereiro de 1932. Viveu uma trajetória de glórias, glamour, e de um estrelato sem igual em Hollywood. O mundo do cinema, pode-se dizer, tem duas etapas: antes e depois de Elizabeth Taylor. Em sua conturbada vida pessoal, ela passou por sete casamentos e foi vencedora de três Oscars.

Elizabeth Taylor morre aos 79 anos

Elizabeth Taylor morre aos 79 anos

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Na comemoração de seu aniversário de 60 anos, em 1992, ela celebrou a data com uma festança realizada na Disney World, convidando amigos, e fez mais uma declaração que ficou famosa e entrou para a história: “Na minha idade, uma mulher pode fazer o que quiser da vida. Pode desistir e ficar velhinha, ou pode colocar um jeans e ir em frente, pois tem a experiência e a prática que não tinha antes. Você pode fazer coisas completamente fora do controle, fora do normal, e nem ligar para as consequências.” Assim era Elizabeth Taylor: uma atriz espetacular, que Hollywood aprendeu a amar, e a fez uma das maiores estrelas que o cinema mundial pôde conhecer.

Lembro-me bem de um jantar na casa de meus pais, comigo ainda bem pequeno, quando meu padrinho, o industrial Alberto Pittigliani, comentou à mesa que tinha acabado de chegar de Nova York e que tinha jantado num badalado restaurante, e na mesa ao lado, estava a exuberante Elizabeth Taylor. Segundo meu padrinho, ele nunca tinha visto olhos tão lindos no mundo. Ele se referia aos olhos marcantes da atriz, os olhos cor de violeta que foram uma de suas marcas. Diz a lenda que somente ela tinha essa cor de olhos no mundo, ninguém mais.

Estrela de filmes inesquecíveis, como “Gata em Teto de Zinco Quente”, de 1958, praticamente, passou seus últimos tempos sozinha em sua mansão em Bel Air, em Los Angeles. Completando a família, Liz ainda tinha dez netos e quatro bisnetos.

Em 2009, a atriz ainda foi submetida a uma cirurgia no coração, tornando-a totalmente dependente da cadeira de rodas, devido a altas dores em todo seu corpo. Quem acompanhou sua trajetória e era fã de Liz Taylor deve se lembrar que, em 1997, ela foi operada de um tumor no cérebro, e ainda enfrentou um câncer de pele, em 2002.

É praticamente impossível lembrar-se das grandes produções de verdadeiras estrelas do cinema sem que o nome de Elizabeth Taylor venha em nossos corações. O primeiro Oscar foi entregue a Liz em 1961, por “Disque Buttterfield 8”. Numa atuação deslumbrante em “Quem Tem Medo de Virgínia Woolf”, fime dirigdo por Mike Nichols, Liz acabou faturando seu segundo Oscar. O terceiro foi recebido em 1993, pelo prêmio especial Jean Hersholt Humanitarian Award, por seu engajamento em causas humanitárias pela erradicação da Aids.

A atriz e seus belos olhos

A atriz e seus belos olhos

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Elizabeth Taylor foi a primeira atriz a receber o cachê de US$ 1 milhão (uma verdadeira fortuna na época), cachê cobrado para representar a magnífica “Cleópatra”, que é, na minha modesta opinião, o melhor filme de Liz! No mundo do cinema, nos bastidores, nos assuntos dos executivos do mundo do entretenimento, não se falava em outra coisa: quem era a belíssima atriz de olhos violeta? Quem era Elizabeth Taylor? Os executivos da Universal Pictures a contrataram sem pensar duas vezes. Mas logo após isso, Liz Taylor recebeu um contrato ainda maior, com a MGM, e começou praticamente a carreira ao lado da cadela Lassie em “A Força do Coração”, em 1943. Mas foi no ano seguinte que ela se destacou, na personagem Velvet Brown em “A Mocidade é Assim”. Com recorde de bilheterias, Liz Taylor explodiu no gosto popular, tornando-se a namoradinha da América.

Em 1954, por exemplo, ela filmou quatro longa-metragens, inclusive o famoso “A Última Vez que Vi Paris”, de Richard Brooks, firmando-se como um dos rostos mais lindos que a indústria do cinema já tinha visto. Hollywood estava literalmente a seus pés. Não havia um crítico sequer que não enaltecesse a beleza e o talento da atriz. Críticos de todo o mundo cinematográfico viram em Elizabeth Taylor, além da belíssima mulher que ela sempre foi, uma verdadeira atriz, de uma dramaticidade ímpar.
Em 1956, Elizabeth estrelou um de seus filmes mais consagrados, o que mais gosto depois de “Cleópatra”: “Assim Caminha a Humanidade”. Nesse filme, ela contracenou com o jovem ator da época, James Dean, e com o também talentoso Rock Hudson, de quem se tornou grande amiga, até o fim de sua vida abreviada em decorrências da Aids, fazendo Liz se comprometer cada vez mais em campanhas humanitárias.

Liz Taylor no inesquecível papel de Cleópatra

Liz Taylor no inesquecível papel de Cleópatra

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Mesmo não sendo nascida nos EUA, em 2001 recebeu do presidente americano Bill Clinton a segunda mais importante medalha de reconhecimento dada a um cidadão norte-americano: a Presidential Citizens Medal, oferecida pelos seus vários trabalhos filantrópicos. Outra amizade sólida que a atriz teve foi com Michael Jackson, de quem foi amiga até o fim. Durante todo o processo em que foi acusado de molestar menores, Michael teve o apoio da atriz, amiga de longa data. Os dois, disse Taylor em uma entrevista a Larry King, em 2005, eram unidos por suas “infâncias terríveis”. Um vez, Liz comentou: “Não posso imaginar minha vida sem Michael Jackson.”
Aos fãs desta extraordinária atriz, restam muitos filmes para matar a saudade, filmes esses que ficarão para sempre na memória dos que admiram cinema e uma boa interpretação. Esse é o legado que uma artista do nível de Elizabeth Taylor nos deixa.
Abaixo, amigos, algumas das frases que a tornaram famosa.
“É preciso pegar a vida entre as mãos e espremê-la como um limão.”
“Se alguém é burro o suficiente para me oferecer US$ 1 milhão para fazer um filme, certamente eu não sou burra o suficiente para dizer não.”
“Não há desodorante melhor do que o sucesso.”
“Nunca pensei em mim como uma pessoa bonita. Sempre encarei meus atributos físicos como um dom genético.”
“Quando nasce o sol, recupero a moral.”
“Você descobre quem são seus verdadeiros amigos quando se envolve em um escândalo.”
“Só dormi com homens com quem fui casada. Quantas mulheres podem dizer isso?”
“Grandes garotas precisam de grandes diamantes.”
“Você não pode chorar nos ombros de diamantes e os diamantes também não te aquecem à noite, mas eles são divertidos quando o sol brilha.” 

Beijos e abraços, e até a próxima.
Beto Saroldi

Beto Saroldi - Rio de Janeiro/RJ

Saxofonista, compositor e produtor musical, começou sua carreira em 1975 com Eduardo Dusek e desde cedo foi muito requisitado nos estúdios, gravando com Fafá de Belém, Zizi Possi, Capital Inicial, Barão Vermelho, Gilberto Gil, Toquinho, Lulu Santos e muitos outros astros da MPB. Fez parceria com Erasmo e Roberto Carlos, tocou com Wagner Tiso & Lô Borges e ainda pertenceu a "UmBandaUm" de Gilberto Gil, fazendo turnês pelo Brasil, EUA, Europa, América Central e Oriente Médio.

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