22 / 09 / 11

O Rio de Janeiro recebe o maior festival de Rock de todos os tempos!

Fotos: divulgação
Clique nas imagens para ampliar 

Olá, amigos leitores! Confesso que eu já estava com saudades da coluna, e hoje, a escrevo com muita alegria, pelo Rio de Janeiro estar recebendo, depois de tanto tempo, uma nova edição do maior festival de Rock de todos os tempos: o Rock in Rio!

Esse festival de música e entretenimento, que foi idealizado pela primeira vez em 1985, no Rio de Janeiro, pelo mega-empresário Roberto Medina, se tornou um sucesso absoluto de público e crítica, trazendo grandes astros da música no mundo e, principalmente, dando credibilidade internacional ao nosso país, fazendo o Brasil se tornar roteiro das agendas dos melhores músicos do mundo. Posso afirmar com muita propriedade que o Brasil tem dois momentos no cenário mundial: antes e depois do Rock in Rio. Até a estreia do festival, em 1985, era raro ver grandes artistas incluindo o Brasil em suas turnês mundiais, mas depois do Rock in Rio, isso mudou totalmente de perspectiva. Não que as estrelas não quisessem se apresentar por aqui, mas seus empresários olhavam com desconfiança para o nosso país, muitas vezes carente de uma produção grandiosa, começando pelos aeroportos, até o sistema sofisticado de som e luz, camarins etc. Tudo isso foi modificado com sucesso estrondoso naquele enorme terreno de Jacarepaguá. Cheguei a comentar, em outra matéria aqui, com vocês, e para quem não teve a oportunidade de ler, eu digo isso com muito orgulho, que tive a honra de participar da primeira edição do festival. Foi uma experiência maravilhosa poder ter pisado naquele palco. Eu já era um músico experiente, em 1985, e já estava há dez anos na estrada, trabalhando com grandes nomes da música brasileira, como Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Fagner, Wagner Tiso & Lô Borges e muitos outros. Mesmo assim, foram dias inesquecíveis naquele quente verão, em janeiro de 1985.

A Cidade do Rock, criada especialmente para o festival

A Cidade do Rock, criada especialmente para o festival

Com todo meu tempo de carreira, não me lembro de ter me apresentado para um público tão grande, uma plateia enorme. Quem disser que não fica nervoso subindo ao palco com toda aquela gente, aquela massa humana, estará mentindo, porque bate o maior nervosismo mesmo! Mas depois vem a recompensa, a alegria, o êxtase de subir ali, e escutar tudo como se fosse um disco, com som exuberante, potentíssimo, de altíssima qualidade. Técnicos de som trabalhando com o que havia de melhor de equipamentos, nos dando um retorno de palco que, até então, eu não havia ouvido em meus dois monitores, que faziam um efeito de stereo perfeito aos meus pés. Eu ouvia tudo, som claríssimo e com muita potência. E ainda pude trocar experiência de conhecer outros grandes músicos, como conhecer o guitarrista do Queen, Brian May, super educado e muito simpático. Inesquecível também foi estar no camarim de meu amigo Gilberto Gil, e ver entrando o extraordinário James Taylor, que ficou ali um bom tempo conversando com Gil. Logo ali, ao meu lado, estava aquele cara compridão, alto astral, conversando, sorrindo, e eu ali, pensando: “Pô, esse cara embalou muitas festas que participei com sua música, embalou a trilha sonora de boa parte de minha vida com pérolas como ‘You’ve Got A Friend’, ‘Fire And Rain’ e ‘Caroline in My Mind’, e muitas outras belas canções”. Ter o privilégio de vê-lo ao vivo, na noite linda que estava no Rio em 12 de janeiro, desfilando todos esses sucessos, foi o máximo. Para fechar a noite com chave de ouro, fui para minha casa depois de ter visto o guitarrista norte-americano George Benson, totalmente em forma, dar um banho de suingue com uma performance espetacular. Foi uma noite bem light, aquela de 12 de janeiro de 1985. Inesquecível.

Tive o prazer de trabalhar com Roberto Medina mais uma vez na expansão do Barra Shopping, em que sua empresa tão bem presidida por ele, a Artplan, venceu a conta de publicidade. Medina não poupou esforços e montou enormes painéis com cidades importantes no mundo, como Paris, Londres e Nova York, e com um grande diferencial sobre os concorrentes, para cada cidade, ele criou uma trilha sonora bem característica, e com músicos de verdade tocando, com aqueles belíssimos painéis ao fundo. Em meu caso, representei um músico de Jazz, tocando meu saxofone na cidade de Nova York. A Artplan ganhou de muitos gols de diferença das outras concorrentes. E aprendi muito com Roberto Medina naqueles dias em que passamos trabalhando juntos, na Barra da Tijuca. Antes de nos apresentarmos para o Sr. Isaac Peres, presidente do grupo Multiplan, e seus executivos, houve uma preleção feita por Medina, e naquela tarde, guardei suas palavras, que nunca mais saíram de minha cabeça, quando ele, ao final de seu discurso, nos disse: “Nunca teria conseguido nada na vida sozinho. O sucesso vem do trabalho em equipe”. Essa frase está muito bem guardada comigo, e fiquei surpreso em ver um grande empresário, super bem sucedido, com essa visão.  Naquele dia, a minha admiração por Roberto Medina aumentou muito.

Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio

Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio

Esta semana, o Rock in Rio começará uma nova edição. “Rock in Rio” virou marca de sucesso em todo o mundo, e alguns puristas dizem que o festival mudou muito. É verdade, assim como outros grandes festivais em todo o mundo também. Por exemplo, fica difícil ter em um festival de Jazz, com o estilo totalmente tradicional. Vocês, amigos leitores, sempre assistirão músicos de vários estilos tocando Jazz, uns mais tradicionais, outros mais de vanguarda, e no Rock também acontece esse fenômeno. O Rock in Rio se tornou tão grande, tão importante em todo o mundo, que mesmo com a marca “Rock”, hoje em dia, é um festival que tem o comprometimento de juntar várias tribos, e ao que tudo indica, Roberto Medina e sua filha, Roberta, prometem uma infraestrutura impecável e bem diversificada. A organização do festival montou um esquema de vários palcos, o que trará uma movimentação que agradará a várias faixas etárias. No palco principal, o “Mundo”, estarão as principais estrelas do festival. Em sua estreia na próxima sexta-feira, 23 de setembro, subirão ao palco os brasileiros do Paralamas do Sucesso, junto aos Titãs; Maria Gadú; Claudia Leite; e os astros internacionais Katy Perry, a estrela do R’n’B Rihanna e o mega star Elton John, que, com certeza, desfilará seus hits para fechar a primeira noite. No palco Sunset, um encontro me chama a atenção: a música ultra moderna de Bebel Gilberto, junto a nossa querida Sandra de Sá. Promete muito essa dupla. No “Rockstreet”, comandado pelo meu amigo, o competentíssimo Bruce Henry, estará o também amigo de longa jornada, o guitarrista Cecelo Frony, que trabalhou muito comigo nos tempos em que defendíamos as cores da banda de Raimundo Fagner. Desejo todo sucesso ao Cecelo.

Elton John (no topo da imagem), Rihanna, Katy Perry (de cabelo rosa) e Bruce Henry (à direita)

Elton John (no topo da imagem), Rihanna, Katy Perry (de cabelo rosa) e Bruce Henry (à direita)

No dia seguinte, dia 24, o palco Mundo trará o Capital Inicial, Snow Patrol, e fecha os trabalhos com o som do Red Hot Chili Peppers. Quem quiser diversão, poderá dar uma passada no Rockstreet e ver mágicos, acrobatas, cartomantes…

Capital Inicial (no topo da imagem, à esquerda), Snow Patrol (no canto inferior, à esquerda) e os Red Hot Chili Peppers

Capital Inicial (no topo da imagem, à esquerda), Snow Patrol (no canto inferior, à esquerda) e os Red Hot Chili Peppers

No dia 25, os fãs do Rock pesadíssimo vão se dar bem, pois encontrarão o Motörhead, e a noite fecha com Metallica.

Motörhead (topo) e Metallica

Motörhead (topo) e Metallica

Bem, o festival dá uma respirada para, na minha opinião, voltar com a noite mais espetacular e tão esperada por tantos que amam a música. Com o sucesso de vendas de ingressos, Roberto Medina e sua equipe acharam melhor abrir mais uma noite no Rock in Rio, uma noite “extra”, e no palco Sunset terá, como convidada especial, o som espetacular da inglesa Joss Stone, que está lançando seu novo álbum, o “LP1”, produzido por ela e pelo sensacional guitarrista Dave Stewart, um disco maravilhoso que já está aqui em casa e que não o tiro de meu player desde que ganhei de minha mulher. Joss está cada vez melhor, cantando como nunca, e sua apresentação no Rock in Rio será um presente para o público.

Joss Stone (esquerda) e Janelle Monáe

Joss Stone (esquerda) e Janelle Monáe

E no palco principal, o “Mundo”, a chapa vai mesmo esquentar. Teremos o som da Janelle Monáe; o som moderníssimo do Jamiroquai, capitaneado por Jason Kay, o cérebro do Jamiroquai; e, meus amigos, a grande expectativa da noite: no palco Mundo, o Rio de Janeiro, milhares e milhares de pessoas verão, no Rock in Rio, a música estelar de Stevie Wonder!

Stevie Wonder (topo) e Jason Kay, do Jamiroquai

Stevie Wonder (topo) e Jason Kay, do Jamiroquai

Esse artista extraordinário, com sua música riquíssima, seu estilo tão próprio, tão singular, que encanta tantas gerações. Poucos músicos no mundo têm tanto a nos mostrar como Stevie Wonder. Sua música é profunda, mágica, cheia de balanço, recheada de romance, e vocês poderão ver uma enorme lista de sucessos, como “For Once My Life”, “All in Love Is Fair”, “You Are the Sunshine of My Life”, “Superstition”, “I Wish”, “Isn’t She Lovely”, e muitas outras músicas maravilhosas, que vão fazer a melhor e inesquecível noite do festival. Haja emoção para tantas canções desse compositor, que ficou cego logo após o seu nascimento devido a complicações decorrentes de um tratamento médico-hospitalar. Deus lhe tirou a visão, mas sua sensibilidade melódica, sua capacidade de tocar vários instrumentos, sua maneira incrível de falar de amor em suas canções, isso, Deus lhe deu em abundância. Stevie sempre influenciou muito a minha música e, para mim, é um dos maiores músicos deste planeta. Será uma noite para entrar para história.

Como se fosse pouco, o Rock in Rio ainda prossegue no dia seguinte, com o som da pesada de Lenny Kravitz, e fecha com a colombiana Shakira.

Lenny Kravitz (esquerda) e a colombiana Shakira

Lenny Kravitz (esquerda) e a colombiana Shakira

No dia 1º de outubro, o festival terá os brasileiros Frejat e Skank, e trará o som do Maroon 5 e fechará com Coldplay. Isso sempre tendo, também, a tenda eletrônica com DJs, para quem gosta de música mecânica.

Coldplay (topo) e Maroon 5

Coldplay (topo) e Maroon 5

O Rock in Rio se despede do grande público no palco Rockstreet, com o som belíssimo de Taryn Szpilman, e no palco Mundo, com a Pitty, o som dark do Evanescence, abrindo os trabalhos para o System of a Down; e, fechando a noite do festival, o som do Guns n’ Roses, do doidão Axl Rose.

A brasileira Pitty, a banda Evanescence, e Axl Rose, do Guns n' Roses (imagem maior)

A brasileira Pitty, a banda Evanescence, e Axl Rose, do Guns n' Roses (imagem maior)

Assim, os cariocas se preparam para receber o mundo com o Rock in Rio – primeiro de uma sequência de grandes eventos na cidade maravilhosa. Em 2012, o Rio será palco da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável); em 2014, cidade sede da Copa do Mundo, e em 2016, a cidade Olímpica.

Muita coisa mudou no mundo desde a primeira edição do festival, há 26 anos. A rotação do mundo não é a mesma. A velocidade que o mundo se conecta é impressionante, mas uma coisa não muda: a paixão que as pessoas têm pela música. É por ela que a maioria das pessoas estará no Rock in Rio, para ouvir seus artistas preferidos, e nisso, Medina apostou numa programação que agradará a muitas tribos. Aos leitores em todo o Brasil que virão para o Rock in Rio, tenho certeza de que vocês terão muitos bons dias de música e diversão garantida.

Para ver a programação completa do evento, acesse o site oficial do Rock in Rio 2011.

Beijos, abraços e até a próxima, amigos!

Beto Saroldi

Beto Saroldi - Rio de Janeiro/RJ

Saxofonista, compositor e produtor musical, começou sua carreira em 1975 com Eduardo Dusek e desde cedo foi muito requisitado nos estúdios, gravando com Fafá de Belém, Zizi Possi, Capital Inicial, Barão Vermelho, Gilberto Gil, Toquinho, Lulu Santos e muitos outros astros da MPB. Fez parceria com Erasmo e Roberto Carlos, tocou com Wagner Tiso & Lô Borges e ainda pertenceu a "UmBandaUm" de Gilberto Gil, fazendo turnês pelo Brasil, EUA, Europa, América Central e Oriente Médio.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *