03 / 02 / 12

Plástico Verde é alternativa ecológica na luta contra sacolas plásticas

Tecnologia propicia a redução de gases do efeito estufa a partir de sua fabricação.

Fonte: Artecetera
Foto: divulgação

A redução do uso de sacolas plásticas e a opção pelo uso de métodos que não agridam o meio ambiente têm se tornado uma tendência mundial. No Brasil, das 27 capitais, cerca da metade possuem lei municipal em vigor que proíbe o uso de sacolas plásticas ou que sugere sua substituição por sacolas dos tipos biodegradáveis, ecológicas, retornáveis e até caixas de papelão.

Em Alagoas, um Projeto de Lei tramitava no ano passado, na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), para limitar a utilização de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais. No entanto, o projeto foi retirado da pauta para que se ampliasse a discussão sobre o projeto em sessão pública com mais envolvidos.

O projeto não obrigava as empresas a substituir as atuais sacolas plásticas por biodegradáveis, mas propunha alternativas para reduzir ao máximo o uso delas, incentivando, assim, a educação ambiental. Nele, constava que a empresa poderia colocar um centro de recolhimento de sacolas, ou dar descontos nas compras, e ainda poderia fornecer sacolas de outro material que possa ser reutilizado.

O motivo de tanta preocupação ecológica é a difícil degradação das sacolas plásticas pela natureza, que pode levar aproximadamente 400 anos. Jogadas em vias públicas, são encaminhadas para os sistemas de drenagens, provocando o entupimento de bueiros que, no período de chuva, provocam alagamentos de ruas. Esses materiais serão, ainda, levados por córregos e rios, desaguando no mar, podendo ser confundido com alimento por peixes e tartarugas, causando a morte desses animais.

Impacto
Sem as sacolinhas, os varejistas são os primeiros a serem impactados pelas novas leis ambientais. De um modo ou de outro, as novas alternativas para aplacar os danos ao meio ambiente têm surgido de forma animadora aos ambientalistas e aos varejistas. Caso o estabelecimento comercial não ache propícia a retirada de sacolas plásticas e não seja obrigado ao desuso delas, a nova opção ecológica de transporte de mercadorias são as sacolas de plástico verde.

*Capitais com leis que proíbem o uso de sacolas plásticas ou que sugerem sua substituição: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), Teresina (PI), Vitória (ES) e São Paulo (SP).

O que é
O plástico verde é uma novíssima tecnologia. Feito de polietileno de origem renovável, derivado da cana-de-açúcar, o material possui a mesma resistência do plástico comum. O benefício é que ele absorve os gases de efeito estufa da atmosfera e em 15 dias se dissolve. Cada tonelada de polietileno verde, ao ser produzido, extrai e fixa até 2,5 toneladas de gás carbônico (CO2), ajudando, desta forma, na redução dos efeitos do aquecimento global.

Carlos Leal Jr., professor e coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Integrada Tiradentes (Fits), explica que o plástico verde é a alternativa mais eficaz para a retirada das sacolas comuns do mercado. “A produção de resíduos sólidos é proporcional ao consumo de produtos descartáveis, que ocasionam impactos ambientais pela alta quantidade do descarte e pela dificuldade destes materiais em se decompor na natureza. Neste sentido, a sacola retornável ou biodegradável funciona como ação ambiental positiva, pois com sua aplicação é possível reduzir e permitir a capacidade dos recursos naturais em suportar seu descarte”, avalia.

O professor Carlos Leal Jr., da Faculdade Integrada Tiradentes (Fits)

O professor Carlos Leal Jr., da Faculdade Integrada Tiradentes (Fits)

O professor complementa: “Independentemente de mecanismo legal, as empresas responsáveis devem realizar ações para diminuir as sacolas de plástico e apresentar alternativas eficazes para reduzir a produção de lixo, como a adoção do plástico verde”.

Alternativa em Alagoas
A rede de supermercados G Barbosa, preocupada com a preservação do meio ambiente, vem colocando em prática ações sustentáveis em suas lojas. O objetivo é despertar cada vez mais o consumo consciente e o desenvolvimento sustentável. É através do projeto Consumo Consciente que ações em prol do meio ambiente são desenvolvidas. Nas lojas da rede, é possível encontrar o plástico verde, no departamento de hortifruti, caixas de papelão e sacolas retornáveis.

Segundo o gerente de Responsabilidade Social do GBarbosa e do Instituto GBarbosa (IGB), Fábio Oliveira, adotar as sacolas de plástico verde é apenas a continuidade de um trabalho de consciência ambiental que a rede vem desenvolvendo.

“Desde 2010, o GBarbosa vem praticando ações nesse formato. Começamos com a venda da sacola retornável. Em seguida, instalamos o uso da caixa de papelão para embalar as compras de clientes, proporcionando mais uma alternativa ao uso da sacola plástica. Agora, estamos oferecendo mais uma mudança para os clientes e contribuindo com o meio ambiente, com o uso de sacolas produzidas com o plástico verde”, concluiu Fábio.

As sacolas feitas a partir do plástico verde vêm ainda com dicas de ecologia impressas, ensinando ao consumidor pequenas atitudes que podem ser tomadas para melhor reciclagem e aproveitamento dos sacos plásticos. Elas ficam disponíveis nos setores de hortifrutigranjeiros e frios das unidades G Barbosa espalhadas pelo nordeste brasileiro.

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