03 / 04 / 12

Insustentabilidade

Foto: Internet

Sustentabilidade é um termo que surgiu em razão dos problemas ambientais que assolam o planeta. E origina-se de sustentar-se por si, isto é, viver, produzir e progredir sem prejudicar o ambiente em que vivemos.

Sustentabilidade é, portanto, uma utopia; porém, podemos sim viver, produzir, progredir e desfrutar o melhor desta terra, com um mínimo de agressão aos muitos ecossistemas que nos rodeiam e nos suportam, porque existe conhecimento para isso. Mas, haverá consciência? Parece que não!

É conveniente recordar a história para não incorrer em erros crassos. Recordemos, pois, a revolução industrial ocorrida no mundo (ênfase para os EUA), na virada do século XX. Automóveis começaram a ser fabricados em série, máquinas para diversas finalidades aliviando o labor de operários. E a conquista de Santos Dumont permitiu ao homem o poder de voar. E cerca de 70 anos depois, pisar pela vez primeira em solo lunar.

Um progresso fantástico! Parabéns, Homo sapiens!

Mas nos tornamos vítimas de muitos resíduos, muito lixo horroroso, muitos gases estranhos, muitos agentes poluidores, muitos radicais livres, gerados na produção de energia que movimenta todas estas máquinas extraordinárias.

Nova Delhi protagonizou o primeiro GP de F1, no último domingo do mês de outubro de 2011, e é notório lembrar as péssimas condições atmosféricas no local da corrida. Nuvens cinzas, de poluição altíssima, eram observadas no horizonte, mostrando que o caos está próximo.

Lembra das condições atmosféricas beirando o absurdo durante as transmissões dos eventos das olimpíadas na China? E sabe você qual é o principal combustível destas duas nações?

É o carvão, meu prezado! Muito barato e muitíssimo poluidor!

Estamos com 7 bilhões de passageiros nesta aeronave chamada Terra, e a revolução industrial tem apenas 110 anos, ou seja, um tiquinho de nada na cronologia do homem sobre a face deste planeta. Pelos cataclismas observados, parece que já fizemos um espetacular estrago para um tempo tão curto.

A geração de energia exige demanda de recursos naturais e demanda de recursos combustíveis. Tivemos, no início, a força do vapor, através do uso intensivo de lenha e do carvão vegetal e/ou mineral. Especialmente no período compreendido entre as duas grandes guerras mundiais, a força motriz da industrialização era usinas movidas a carvão.

Na virada da segunda grande guerra, o carvão foi cedendo espaço para o petróleo, o que se tornou sério problema para muitas nações (e extraordinária fonte de riqueza para poucas), pela questão “preço” e pela questão residual.

Não por acaso, a Europa é a grande líder mundial na geração de energia limpa, renovável e sustentável. Na Ásia, há que se render justa homenagem ao Japão, um país sempre muito responsável com o ambiente em que todos vivemos.

Mas o contraponto disso é que a economia da China e a economia da Índia (para ficar só nestes dois) estão alicerçadas na geração de energia oriunda de usinas térmicas alimentadas com carvão. Altamente poluidoras, portanto.

Agora, convenhamos, quem em sã consciência ousará dizer aos chineses ou aos indianos que eles não podem continuar seu crescimento econômico com este tipo de matriz energética?

Quem se candidata a arbitrar e taxar/punir um país poluidor? Quem tem moral para isso, sabendo de antemão que o mundo atual é dependente da não desaceleração econômica destes países emergentes?

E precisamos sempre considerar que uma questão séria é o espírito belicoso dos homens mais fortes e poderosos, e é indubitável que o utópico jogo da sustentabilidade é um real jogo da força das armas. É duro, mas é assim!

As guerras ao longo da historia da humanidade mostram a força do imperialismo e a necessidade da conquista de recursos.

Por isso, o homem precisa domar sua ganância. Precisa ser incorruptível, porque o corrupto é carnal demais. Aliás, precisa ser o sal da terra e a luz do mundo, sendo puro e dando sabor às coisas e a vida das pessoas.

Enquanto o homem não entender que é totalmente dependente de Deus, que é pó sem Ele, enquanto não aquilatar sua pequenez frente à força da natureza, as tragédias ambientais sacudirão e horrorizarão a humanidade.

Nada se sustenta sem amor ao próximo e sem amor e temor a Deus.

E creia, quanto mais você der (segundo a direção de Deus), mais Deus lhe dará!

Com carinho,
João Antonio Pagliosa

João Antonio Pagliosa - Curitiba/PR

João Antonio Pagliosa é engenheiro agrônomo de Santa Catarina formado pela UFRJ, e especialista em Reflorestamento, Serviços Topográficos, Avaliações e Peritagens em temas agropecuários e florestais, Nutrição Animal, Armazenagem de grãos e Fabricação de rações, Palestras Técnicas e Motivacionais, Avicultura e Suinocultura. Atualmente é corretor de imóveis da Imobiliária Galvão e escritor com diversos artigos publicados em jornais do país.

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