05 / 05 / 21

Devo levar meu filho à escola?

foto: Gabriela PessoaDevo levar meu filho à escola?

Devo levar meu filho à escola?

Então, você sente segurança em mandar seu filho à escola?
Para quem for ler esse artigo em alguma outra década no futuro vai estranhar essa pergunta que parece óbvia, por isso vamos lembrar ao leitor viajante do tempo que estamos em Maio de 2021, um ano e cinco meses após o Estado Chinês reconhecer que “deu ruim”, estava se espalhando um novo corona vírus altamente infeccioso a partir de algum lugar perto da província de Wuhan. Após poucos meses fora decretada pandemia e milhões de mortes se sucederam. Medidas de segurança sanitária atrapalhadas, tomadas por governos e organizações internacionais temperaram a tragédia.

Uma das trapalhadas foi atribuir às crianças o papel de vetor – “são como o mosquito da dengue!” – bradaram alguns na mais profunda ignorância. É difícil imputar ignorância aos ignorantes, ao menos que deliberadamente escolham permanecer na ignorância (soou meio jesuíta isso, né? Mas juro que a intenção foi científica). Seguíamos na ignorância incluindo asmáticos no grupo de risco, atribuindo a superfícies e até mesmo o ar como vetores do vírus, além dos frágeis filhotes de sapiens.

Com esforço hercúleo da comunidade científica, em meio ao caos, fomos evidenciando o caráter metabólico da doença muito mais que respiratório. A Dra Larissa Durães, Médica Pneumologista Pediatra (@dralarissaduraes) nos lembra que “criança não é vetor” e a Revista National Geografic em artigo de Dezembro de 2020 diz em seu título: “Crianças apresentam metade do risco de contaminação e transmissão da COVID 19”. Em Maio de 2020 (há um ano – pra sintonizar nosso leitor do futuro) a Academia americana de Pediatria (American Academy of Pediatrics ) orientou a reabertura das escolas que fecharam devido à pandemia, claro respeitando regras sanitárias como não levar a criança à escola se estiver com piolho, resfriado ou outras infecções transmissíveis. No Brasil, pesquisa recente no Rio de Janeiro, mostrou que mesmo em ambientes precários, as crianças não são as maiores responsáveis pela transmissão. “Na verdade, os adultos que transmitem para as crianças” afirma a Dra Larissa.

O isolamento das crianças fora da escola prejudica os mais frágeis economicamente, pois mais de 40% da população ainda não tem acesso ao ensino remoto, além de prejudicar o desenvolvimento social e emocional. A Dra Mariana Uebel, médica psiquiatra (@dramarianauebel) ainda lembra do Burnout Paternal, quando os pais esgotados emocionalmente têm que assumir as funções de professor, técnico de informática e psicólogo. “A participação escolar é neuroprotetora”, lembra a médica.

Narrativas agressivas, ricas em retórica romântica e palavras de ordem, não são capazes de confrontar estudos científicos. Esses que ladram por ignorância ou por interesses escusos devem ser confrontados com as evidências. Sensacionalismo não educa a população.
Quer seu filho saudável? Leve-o pra escola!

Devo levar meu filho à escola?
por Luiz Guilherme ( @nefrologistadrluiz ) e ( @gahas.consulta )

Luiz Guilherme Almeida

Saúde e Bem-estar Luiz Guilherme Almeida (CRM/AL 6134 | RQE 3731)Luiz Guilherme é médico nefrologista, Founder & Relationship Leader PRECEP 5G CEO & Founder grupo de atenção à hipertensão e síndrome metabólica (GAHAS) Representante de alagoas no departamento de hipertensão arterial da sociedade brasileira de cardiologia DHA SBC Conselheiro regional de medicina em alagoas (CREMAL) Conselheiro científico e ex-diretor sociocultural e intercâmbio da sociedade de medicina de alagoas (AMB – AL)

2 Comentários em “Devo levar meu filho à escola?

Tânia Maria
5 de maio de 2021 em 17:43

Criança tem que estar na escola apoio totalmente para o desenvolvimento. Coordenação, motora e escrita leitura e aprender Conviver com os coleguinhas Depois de adolescente aprender viver na sociedade

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Olga Nobre
5 de maio de 2021 em 21:35

Querida Gigi, obrigada por trazer um assunto atualíssimo e extremamente importante abordado de forma holística pelo dr Luiz Guilherme Almeida, médico nefrologista. Tenho visto muitas crianças e adolescentes com graves problemas emocionais advindos do isolamento e da falta das aulas presenciais, sendo atendidos por especialistas da área. Parabéns pela excelente matéria.

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