09 / 02 / 22

Todos os dias…Moise e Todos os lugares Floyd

 

Thiago de Moraes*

O racismo está presente em todos os países, dos mais desenvolvidos aos menos desenvolvidos isso é fato incontestável, e manifesta-se em diversos âmbitos: na escola, no trabalho, no campo de futebol, no ônibus, na rua, em abordagens policiais. Diversas situações evidenciam esse fato: a desigualdade de salário, a diferença de oportunidades, o percentual da população carcerária.

Em 2018, de acordo com o Atlas da Violência, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes foi de 37,8% de negros e 13,9% de não negros em todo território nacional.

Nada obstante o racismo esteja presente nos dias atuais, ele é um problema estrutural presente desde a era colonial e escravocrata. Após a abolição da escravatura, o Estado mostrou-se ausente em realizar políticas públicas e ações que proporcionassem a integração social dos negros, motivo pelo qual a problemática do racismo perdura até os dias atuais. Faz vítimas sem precedentes.

Em 2020, Neymar foi alvo de falas racistas no campo de futebol: o jogador, expulso após dar um tapa no rosto do espanhol Álvaro González, disse que o rival o chamou de macaco em dois momentos durante a partida. Também no ano de 2020, um norte-americano americano negro George Floyd foi morto durante uma abordagem policial, tendo em vista que seu pescoço foi pressionado no período de 9 minutos e 29 segundos pelo policial. Tal episódio gerou uma onda de protestos e manifestações em todo o mundo.

Recentemente, em 24 de janeiro de 2022, o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi morto no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O proprietário do quiosque devia dois dias de pagamento, valor em torno de R$ 200,00 o que levou Moïse a questioná-lo quando o débito seria quitado, momento em que se iniciou uma discussão e ele foi espancado. Ao cobrar as diárias que era devido Moise  foi espancado até a morte. O corpo dele foi achado amarrado em uma escada.

Moïse foi vítima de racismo, discriminação, opressão. Moïse foi mais uma vítima da sociedade brasileira racista e opressora. Moïse morreu reivindicando seu direito. Moïse era trabalhador, estudioso, um bom filho, um bom irmão. Moïse foi mais um, entre vários outros casos que acontecem todos os dias no Brasil e no mundo. Moïse é vítima da insuficiência e omissão dos Poderes Públicos. Moïse é vítima da falta de políticas públicas que visam a integração social. Moïse é vítima da discrepância social, da falta de oportunidade. Moïse, e mais tantos outros, são vítimas da sociedade racista.

E ainda estamos sem respostas sobre os homicídios de: Marielle Franco, Anderson Gomes, Luana Barbosa, João Pedro Matos, MOISE e FLOYD todos in memoriam.

O atual status quo do racismo sistêmico é insustentável. Parem de negar e comecem a desmantelar o racismo, ponham um fim à mortalidade da população negra.

Parem de matar…

Todos os dias…Moise e Todos os lugares Floyd

Thiago de Moraes – um ícone da luta pelos oprimidos. Um defensor do amplo acesso à justiça, incansável e resoluto. Presidente e Fundador da Fundação e Instituto Assistencial Justiça Solidaria

Todos os dias…Moise e Todos os lugares Floyd
*por Thiago de Moraes
Jornalista
MTB 0091632/SP

Notícias

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *