28 / 03 / 11

Com quantos paus se faz uma canoa?

Por Ademir S. Stein*

Passei a minha infância no sítio da minha família, em Cascavel, no Paraná, e volta e meia ouvia meu pai falar ou finalizar uma frase com a expressão: “Você ainda não sabe com quantos paus se faz uma canoa”. Essa pergunta ficava martelando na minha cabeça. Perguntava à minha mãe, aos meus irmãos, mas ninguém me dava uma resposta confiável.

Quando me respondiam que se fazia uma canoa com quatro paus, eu perguntava: “por que quatro e não cinco ou três?”, e aí eu percebia que a pessoa se enrolava toda. Nem meu pai me dava a resposta. Talvez nem ele soubesse!

Fiquei adulto, me formei, e um dia, assistindo um documentário sobre povos primitivos da Amazônia, encontrei a resposta. Um grupo de índios estava derrubando uma árvore para construir uma canoa. Pensei que iriam cortar a árvore em vários pedaços para construir uma espécie de jangada, mas me enganei.

Aquele tronco cortado passou por um processo especial de queima e teve o miolo da madeira retirado, as suas bordas alargadas por calços, até tomar o formato de uma canoa. Então de um único pau (árvore) foi feita uma canoa.

Enfim, após, tantos anos havia encontrado a resposta para uma pergunta que havia povoado a minha imaginação infantil.

O que isso tem a ver com o sucesso e os negócios? Tudo!

Quantos negócios são iniciados e fechados nos primeiros anos de funcionamento? A estatística disponível no Sebrae menciona que 31% das empresas abertas fecham no primeiro ano de funcionamento, e esse índice chega a 60% após cinco anos de funcionamento. Se substituirmos a pergunta até simplória e banal, mas que ficou sem resposta muitos anos, pela pergunta: “Como fazer um negócio se tornar sustentável?”… Se ficarmos um ano sem encontrar a resposta objetiva a essa questão, estaremos entre os componentes da estatística do Sebrae, isto é, fecharemos o nosso negócio.

A rapidez para encontrar soluções, corrigir rumos e encontrar o foco adequado ao nosso negócio é essencial, além de uma capacidade e habilidade de gestão, uma palavrinha muito em moda nos simpósios, congressos e palestras de especialistas.

A minha empresa, a S. Stein, completa 26 anos de vida em 2011. Nesse período, presenciei o fechamento de muitas empresas, tanto do meu ramo, como da área varejista, e sempre me interessei em aprender mais sobre a minha área de atuação, tanto que hoje faço parte do Conselho Estratégico da ALSHOP, a principal associação de lojistas de Shopping.

Não possuo uma fórmula mágica para dar aos meus amigos leitores, mas uma regra considero fundamental: mantenha o foco no seu negócio! Se você ficar como diz a gíria, “dançando na maionese”, com certeza, você irá cair e levar um tombo daqueles.

Lembre-se da Lei 80/20: 20% dos seus produtos são responsáveis por 80% do seu faturamento. Se puder, estreite o seu foco nesses produtos, e tanto quanto possível elimine os demais. Considero um erro grave, em época de “vacas magras”, o comerciante ou prestador de serviços abrir um leque enorme de produtos ou serviços procurando atrair novos clientes.

*Ademir S. Stein é diretor da S. Stein Joalheiros, advogado e engenheiro. Pós-Graduado em Estratégia de Marketing e R.H., escreveu A Mágica do Sucesso, de 2002, A Arte de Vender Sonhos (fotos), de 2004, e  co-escreveu O Segredo da Riqueza (2007), os três livros editados pela editora Oriom, com sede em Mogi das Cruzes.

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