Manter boas relações afetivas e convívio social faz bem para a saúde
Em dias de sinal de wi-fi e internet 4G em todos os lugares, as relações interpessoais estão ganhando um novo formato. Um número cada vez maior de amigos e seguidores nas redes sociais é sinônimo de ser popular e o contato pessoal está cada vez menor.
Esse cenário gera um novo comportamento que, segundo especialistas, pode prejudicar a saúde mental e ter reflexos na saúde física. A psicóloga do Hapvida Saúde, Suellen Saraiva de Oliveira, destaca a afetividade e as relações pessoais como as principais questões para estabelecer a saúde mental. “Se nossas relações são saudáveis, nós temos saúde. A afetividade está diretamente ligada à resiliência, esta, por sua vez, está atrelada à nossa saúde, física e mental”, explica.
Entre os fatores determinantes para o estabelecimento de um convívio social saudável, a especialista aponta que a relação entre pais e filhos e, principalmente, a imposição de regras e limites, são fundamentais para a criança. De acordo com a psicóloga, uma família resiliente, com alta estima, que transmite segurança e valores, que tem regras e limites, tem maior probabilidade de formar um adulto que vai enfrentar as adversidades da vida, acreditando que pode superá-las. “A importância da participação da família, que é onde estabelecemos as relações primárias, interfere diretamente nas nossas relações secundárias. Se essa criança vem de um lar onde as pessoas falam alto, gritando e de uma forma agressiva, ela vai reproduzir esse comportamento na escola e também enquanto adulto”, ressalta a especialista.
No entanto, os pais estão, cada vez mais, ausentes da criação dos filhos e a sociedade contemporânea vive o momento da informação full time e das redes sociais online. E, para as pessoas se sentirem participantes desse novo cenário, elas sentem obrigação de estar antenadas e conectadas a tudo que está acontecendo. “Esse tipo de comportamento contribui para o aumento da ansiedade, dificulta o sono, aumenta a irritabilidade e interfere diretamente no rendimento profissional, com a queda da produtividade no trabalho”, exemplifica.
Outro ponto atrelado a este novo momento da sociedade e que também pode prejudicar a saúde mental é o isolamento social por conta de computador, muito presente na vida de jovens e adultos. “Recebo muitos adolescentes no consultório e a maior queixa dos pais é o isolamento por conta do computador, das redes sociais e também com jogos virtuais”, destaca.
A especialista aponta que neste contexto, a mais cobrada é a mulher. São elas que mais sofrem de ansiedade e irritabilidade e, ainda, convivem com a síndrome da mulher maravilha, achando que podem dar conta de tudo. “Isso nos causa uma grande perda, além de adoecer. Nós temos casos de gastrite nervosa, problemas no intestino, estômago, sintomas do estresse que se configuram a partir desse novo formato de vida virtual”.
O analista de mídias digitais, Renan Maia, trabalha o dia inteiro com internet e redes sociais e precisou desabilitar alguns notificadores do smartphone para conseguir maior concentração no trabalho. “Estou em vários grupos de amigos e da minha família. Tive que fazer isso porque recebia muitas notificações ao mesmo tempo. Tenho inclusive dificuldade para responder a todas as mensagens que recebo”, declara.
Renan conta que a internet e as redes sociais facilitam muito a comunicação, mas reconhece a necessidade de encontrar o ponto de equilíbrio. “E a gente vai se deixando levar. Quando a gente percebe, já aconteceu. Eu me vi falando com a minha mãe usando um aplicativo de mensagem instantânea do smartphone. O detalhe é que ela estava comigo em casa, só que em outro cômodo”, lembra.
Para situações como esta, a psicóloga reforça que é necessário encontrar um meio termo e nesses casos mais extremos é necessário tomar algumas medidas, como estipular horários para acessar e-mail e redes sociais. “Nós temos que nos policiar. E a partir disso, ‘desligar’ e procurar fazer atividades que façam bem pra gente como ler um livro ou desfrutar da companhia da família, como jantar com o marido ou brincar com os filhos”, recomenda Suellen.
Fonte: NewPubb Assessoria de Comunicação