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ENCONTRO DE PREFEITOS E PROFISSIONAIS DE TURISMO TERMAL E CLIMÁTICO Por Jeff Severino E Zeni Rates

Terminou no último sábado em São Joaquim, SC, o “2º Encontro de Prefeitos e Profissionais de Estâncias Termais e Climáticas de Santa Catarina”. Durante o evento estiveram em debate temas de interesse dos municípios que integram a ATHISC e respectivas estâncias termais e climáticas. O encontro contou com a participação, entre outros, de Valdir Walendowsky, presidente da SANTUR, Acari Amorim, presidente da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude (Acavitis), Dr. Marcos Untura Filho, médico especialista em Reumatologia, além de profissionais em áreas como climatologia, promoção e marketing.

A abertura solene aconteceu às 20h, seguido da apresentação do Quarteto de Corda da Orquestra Filarmônica Serra Catarinense (OFSC) e Coquetel Sabores da Região, oferecido pela Prefeitura Municipal. A programação técnica iniciou na nesta sexta-feira (09), às 09h, com a palestra “As perspectivas do Turismo Termal e Climático para São Joaquim e Região”, tendo como palestrante o prefeito de São Joaquim, Humberto Brighenti.
Entre os temas que estiveram em pauta destaca-se o Termalismo Social e de Saúde; a importância do Aquífero Guarani para o Turismo; o Enoturismo e Slow Food – Celebração da Cultura local pela via gastronômica; A importância da Rota Caminhos da Neve para o desenvolvimento da região; Marketing, Comercialização e Canais de distribuição; Cicloturismo e Mochileiros do Vale Europeu e região e Hidrologia Médica e Clima e Turismo, entre outros. O encontro encerrou com a elaboração da “Carta de São Joaquim”. O evento é uma promoção da Associação de Turismo Hidrotermal e Climático de Santa Catarina (ATHISC) em parceria com a Prefeitura Municipal de São Joaquim e está inserida nas comemorações dos 127 anos de criação do município.
Estancias Termais e Climáticas Catarinenses
As Estâncias Termais e Climáticas (saúde e lazer) estão bem distribuídas em todo o território catarinense, localizadas em sete regiões turísticas. Na região Encantos do Sul encontram-se no município de Tubarão – Termas da Guarda e Termas do Rio do Pouso –, além de Gravatal e Santa Rosa de Lima (estâncias termais). Na Grande Florianópolis localizam-se em Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas (estâncias termais) e Antônio Carlos (estância climática). No Vale do Contestado nos municípios de Piratuba, Itá, Treze Tílias (estâncias termais) e Fraiburgo (estância climática). Na região Grande Oeste localizam-se nos municípios de Águas de Chapecó, São Carlos, Palmitos e Quilombo (águas termais) e na região Caminhos da Fronteira em São João do Oeste (estância termal). Na Serra Catarinense localizam as estações climáticas de Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Lages, São Joaquim, Urubici e Urupema. No Vale Europeu localizam-se as estações climáticas de Timbó, Dr. Pedrinho, Rio dos Cedros, Rodeio, Pomerode e Benedito Novo.
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POTENCIAL PARA A TRANSFORMAÇÃO

“Potencial é aquilo em que nós podemos nos transformar, que precisa ser revelado” ensinou a professora e consultora Dulce Magalhães, PhD em filosofia, aos participantes do 2º Encontro de Prefeitos e Profissionais de Turismo de Municípios com Estâncias Termais e Climáticas de Santa Catarina (ATHISC) que aconteceu na manhã de sábado, 10. Dulce falou sobre a “Arte de viver a mudança” usando como exemplo a experiência simples que a maioria das pessoas fez na infância ao ver um grão de feijão se transformar numa planta. Um verdadeiro milagre para quem achava aquilo impossível acrescentou, ao dizer que a Serra Catarinense é uma semente que precisa ser revelada. Mas isso só será possível se formos capaz de fazer com que isso aconteça, salientou. Segundo a palestrante a maioria das pessoas está limitada em sua capacidade de sonhar e transformar a si próprio ou a realidade devido à educação e a cultura limitadora que recebeu da sociedade. “Precisamos transformar nossa visão de mundo, rever nossos princípios e crenças limitadoras”, acrescentou. “Mudar de mundo é mudar de olhar” afirmou citando o escritor Roberto Crema que defende a ideia de que “transformar a visão é um conjunto de experiências que vão mudar e transformar nossa visão”. Para ela um dos problemas da sociedade atual é a valorização de dois comportamentos altamente prejudiciais e limitares que é o hábito de reclamar e se queixar, além do paradigma da escassez. ”Esforço é o peso que colocamos sobre as tarefas, comportamento aprendido da escassez” salientou a palestrante. E cabe a educação promover as mudanças, enfatizou.Enoturismo e Slow Food Enoturismo e Slow Food foi o tema abordado por Acari Amorim, presidente da Acavitis, no encontro da ATHISC e significa eventos em que os participantes se reúnem para tomar vinho e degustar uma boa alimentação preparada à maneira tradicional. O Enoturismo e o Slow Food é uma experiência que começa a ser adotada em algumas regiões de Santa Catarina, principalmente nas áreas produtoras de vinhos.
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A palestra teve como debatedor o presidente da SANTUR, Valdir Walendowsky que salientou que esse tipo de experiência “vai nos levar a cada vez mais termos um turismo diferenciado daqueles destinos onde tudo é igual, padronizado”, afirmou. Segundo ele “temos que ser únicos e para isso contamos com a natureza, a gastronomia e vinhos de alta qualidade”, acrescentou. O Slow Food nasceu na Itália num esforça para resgatar a culinária regional e na adoção de técnicas de produção orgânica dos produtos. Esse estilo gastronômico vem ganhando força no mundo e, em Santa Catarina encontrou terreno fértil pela presença de vinhos de alta qualidade aliado às tradições dos imigrantes, produção de alimentos tradicionais e o resgate de receitas gastronômicas que corriam o risco de se perderem. Para ver todas as fotos do segundo dia, clique aqui.
POTENCIAL TURÍSTICO DE SÃO JOAQUIM EM DEBATE

No encerramento do “2º Encontro de Prefeitos e Profissionais de Estâncias Termais e Climáticas de Santa Catarina”, no sábado (10) na serra catarinense, os participantes tiveram oportunidade de ouvir palestras sobre a viabilidade de explorar turisticamente o clima da região de São Joaquim e demais municípios, tanto no inverno como no verão. Ao falar sobre “Clima e Tempo” o turismólogo Eduardo Moura Sobânia destacou que tanto São Joaquim como as demais cidades da região possuem um enorme potencial de atrativos naturais e climáticos a espera de serem transformados em produtos. “O frio deveria ser mais trabalhado e não apenas a neve”, enfatizou Sobânia acrescendo que esse é um recurso que deve ser transformado em produto. Citou ainda como atrativos os vinhos de altitude, o enoturismo, as paisagens magníficas da região, a observação de aves com possibilidades de formatação de roteiros de observação de pássaros tanto no inverno como no verão, já que há aves migratórias que migram para essas áreas como o Papagaio Chorão. Informou que na região existem cerca de 200 espécies de aves. Citou ainda o grande potencial que representado pelo gelo e que poderia ser aproveitado através da instalação de centros de treinamento de esportes de inverno, patinação artística no gelo, inclusive com apresentação de shows internacionais, entre outras atividades.

Já o meteorologista Ronaldo Coutinho do Prado, diretor da empresa Climaterra, enfatizou a excelência do clima durante o verão, com características extremamente agradáveis e que não vem sendo explorado turisticamente. “Tem que mudar o foto. Não explorar apenas o inverno e a neve” recomendou. Lembrou que o verão é um período ideal para aquelas pessoas que não gostam de frio extremo. O melhor período para esse público vai de dezembro a março com temperaturas que oscilam entre 10 a 15 graus à noite e de 22 a 27 graus durante o dia. “Raramente a temperatura ultrapassa os 30 graus na cidade nesse período”, informou. Lembrou ainda a pesca da truta nos rios da região é outro produto que não vem sendo explorado, sendo uma atividade com grande potencial turístico, assim como outras atividades do ar livre como cavalgadas e esportes de aventura.
Treinar para se Comunicar

Já a jornalista e palestrante Maria Helena Pereira, falou sobre a comunicação no turismo. Lembrou a empresários e funcionários de estabelecimentos turísticos, hoteleiros e entidades que todos, independente do cargo que ocupam, são porta-voz da empresa ou instituição. Daí a importância de estarem bem preparados e treinados para atender aos clientes. “Hoje não há espaço para amadorismo”, afirmou, a jornalista que tem longa carreira na área jornalística tanto na área de mídia impressa como eletrônica e assessoria de imprensa. Segundo ela é possível prevenir crises, mediante o treinamento das equipes. Lembrou que “comunicação é o que o outro entende” e que não há mais espaço para se supor que o interlocutor entendeu uma mensagem mal formulada. “É preciso ser claro e preciso nas informações para evitar mal-entendidos” recomendou.
Carta de São Joaquim

Ao final do encontro foi redigida a Carta de São Joaquim com uma síntese dos temas tratados no encontro com sugestões e reivindicações aos setores públicos e privados. Entre as quais a urgência do Pacto Federativo buscando o equilíbrio fiscal que contemple os municípios; a criação de um grupo de trabalho dentro da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte de apoio ao turismo de bem estar e termal e às estâncias termais e climáticas; apoio à atualização e revisão do Código de Águas Minerais; fortalecimento das ações intersetoriais dos Ministérios e Secretarias estaduais em torno das Estâncias Termais e Climáticas nas pastas do Turismo, Cultura e Esporte, Saúde, Meio Ambiente, Cidades, Minas e Energia. Criação de linhas de financiamento para a construção de empreendimentos nas estâncias termais e revitalização dos fontanários públicos de águas minerais; fortalecimento do turismo social em âmbito nacional através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS; federalização do trecho da Rota Caminhos da Neve ligando as BR 285 até a BR 282, interligando os municípios de Bom Jesus (RS) a São Joaquim, Urubici e Bom Retiro; sugerem às secretarias de educação dos municípios a inserção no currículo escolar de matérias sobre termalismo, efeitos benéficos do clima na saúde e bem estar da população. Os participantes do encontro também reforçaram a vocação catarinense para o turismo termal e climático e o potencial de uso das águas termais e minerais em benefício da saúde. Destacam que os temas discutidos contribuem para o aprimoramento do turismo termal e climático; ressaltam a necessidade da proteção ambiental e acesso amplo e democrático aos benefícios gerados pelo turismo à população em geral, na qual Santa Catarina têm importante papel. Na oportunidade foi anunciado o próximo Encontro de Prefeitos e Profissionais das Estâncias Termais e Climáticas de Santa Catarina em 2015, tendo se candidato a sediar o evento, o município de Itá, na Rota a Amizade. Para ver todas as fotos do encerramento, CLIQUE AQUI
