A vida agitada da atualidade provoca doença cardiovascular
Por Luiz Guilherme Almeida
Olá sapiens!
Vivemos em tempos acelerados, de múltiplas demandas e cobranças que se acumulam entre os compromissos profissionais, sociais e familiares. A impressão é de que estamos todos num constante “modo de sobrevivência”. E sabe o que isso tem gerado em nossos corpos, silenciosamente? Doença cardiovascular. Sim, o estresse emocional — aquele que parece inofensivo — pode machucar o coração tanto quanto o excesso de gordura ou o sedentarismo.
Um artigo recente publicado no respeitado Journal of Psychosomatic Research reforça o que a medicina já vem observando há anos: o estresse psicossocial crônico, os transtornos de ansiedade, a depressão e até o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) estão intimamente ligados ao desenvolvimento e à piora das doenças cardiovasculares.

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Mas como isso acontece?
Nosso cérebro, ao perceber ameaça ou pressão, ativa sistemas de defesa: aumenta a produção de cortisol (o hormônio do estresse), acelera os batimentos cardíacos, eleva a pressão arterial e desregula nosso sistema imunológico. O que era para ser uma reação passageira, torna-se um estado crônico em quem vive “no limite”. Resultado? Maior risco de infarto, arritmias, AVCs e piora na resposta a tratamentos.
O estudo também destaca que pessoas com depressão e ansiedade — condições muitas vezes invisíveis socialmente — têm até o dobro do risco cardiovascular, além de aderirem menos aos tratamentos médicos e aos hábitos saudáveis.
E aqui entra o alerta: a saúde mental é pilar da saúde do coração.
Portanto, sapiens, precisamos deixar de tratar a mente como se ela estivesse dissociada do corpo. Assim como não ignoramos uma dor no peito, não podemos desprezar uma angústia persistente, uma tristeza que paralisa ou uma ansiedade que sufoca.
E mais: se você é daqueles que acreditam que isso é “fraqueza”, cuidado! O preconceito também adoece.
Na prática médica diária — especialmente na minha atuação com hipertensos e pacientes renais — é notório que quem cuida da mente tem melhores resultados físicos. Terapias, suporte emocional, meditação, boas noites de sono e, claro, vínculos afetivos saudáveis, são aliados tão importantes quanto qualquer comprimido.
Então, que tal olhar com mais carinho para você?
Cuidar do coração começa pela mente.
Cuide-se!