02 / 12 / 11

Política brasileira e crise mundial

Imagem: divulgação

Algo realmente difícil de explicar é o fascínio dos intelectuais a regimes autoritários de esquerda. Tais regimes já infernizaram a vida de muitos milhões de seres humanos em todo o mundo.

Mario Lago era um brasileiro famoso e dono de um senso crítico afiado e perspicaz. Por várias décadas ele apoiou projetos de esquerda e foi preso “n” vezes. Por seus vínculos fortes e duradouros com o partido comunista, visitou a Rússia em 1957, a convite do governo daquele país. E decepcionou-se com o regime comunista quando o viveu na pele, porque o pecado maior do sistema é o excesso de autoritarismo.

Mario era um boêmio multifacetado. Um homem que se antecipou aos intelectuais da época quer nas artes cênicas, quer na música e na poesia, mas essencialmente na política. Ele nunca se confinou a um único reduto, razão porque se lhe abriram diversas possibilidades em sua vida profissional, e ensinava a outros comunistas: “Mintam sempre. Informem que vocês foram torturados e que sofreram as agruras da ditadura militar. É importante para a causa.”

Gabriel García Márquez, prêmio Nobel de Literatura, é amicíssimo e grande admirador de Fidel Castro. Isso há décadas.

Oscar Niemeyer, Chico Buarque e Luiz Fernando Veríssimo, são alguns exemplos de intelectuais brasileiros que apóiam Fidel e seu sistema de governo. Um sistema tão ditatorial que opiniões divergentes tem apenas duas alternativas: Cadeia ou paredón!

O comunismo instalado na ilha de Cuba há cerca de sessenta anos faliu o país, destroçou sua economia, e a repressão política matou sumariamente mais de sete mil cubanos que ousaram desafiar as ideologias do ditador Fidel.

Principalmente a partir de 2005, o governo brasileiro se aproximou perigosamente de vários líderes tiranos, envergonhando a nação brasileira perante as democracias mundiais mais relevantes. Fomos ridicularizados pela adoção de um viés esquerdista e sem respeito a direitos humanos.

Bem, neste ponto é conveniente parafrasear o grande Millor: “Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos bem.”

O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), dizia: “Homo hominis lupus.” “O homem é o lobo do homem.”

Autoritarismo excessivo, exatamente por isso, não deve ocorrer jamais. O homem precisa de freios para conter sua ambição e seu poder, e considero a democracia como o regime político mais adequado, e o capitalismo como o sistema econômico mais interessante e justo para todos os cidadãos.

Porém, nada disso funciona a contento e nada satisfaz a população de todas as classes sociais se não existir amor cristão entre as pessoas. Aliás, é este amor cristão que precisa atenuar as diferenças de poder aquisitivo entre as diversas classes sociais.

Mais que nunca entendo que o governo brasileiro deve paralisar suas muitas ações de viés gramsciano, porque isto nunca nos levará a um progresso real e sustentado e é de uma insanidade absoluta. Altamente prejudicial a seu povo.

O nosso querido Brasil é um país de características únicas no planeta e um porto seguro e assaz atraente de aplicação de capital estrangeiro. Vale ressaltar:

– Temos estabilidade econômica e política. Estamos há dezessete anos com inflação sob controle e com política econômica responsável.

– PIB crescendo. Nosso PIB cresce bem acima do PIB dos EUA ou de qualquer país europeu.

– Consumo crescente da população: nos últimos dez anos, seguramente 38 milhões de cidadãos brasileiros ascenderam socialmente, e o consumo de bens desta gente deu salto significativo, melhorando toda a cadeia econômica.

-Celeiro de alimentos. O Brasil, pela extensão de suas terras, aliado a clima perfeito e tecnologia avançada, é hoje o maior exportador de alimentos do mundo, com ênfase para soja, carne bovina e suína e de aves, suco de laranja, café, algodão e açúcar.

– Infraestrutura: as nossas deficiências estruturais são enormes. A construção e revitalização de estradas, portos, aeroportos e ferrovias são oportunidades fantásticas para investidores.

Sei que é hora de planejar, arregaçar as mangas e trabalhar. O resto é resto.

E como propalava Albert Einstein: ”Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.”

Com carinho e orando para que insanos recuperem a razão,
João Antonio Pagliosa

João Antonio Pagliosa - Curitiba/PR

João Antonio Pagliosa é engenheiro agrônomo de Santa Catarina formado pela UFRJ, e especialista em Reflorestamento, Serviços Topográficos, Avaliações e Peritagens em temas agropecuários e florestais, Nutrição Animal, Armazenagem de grãos e Fabricação de rações, Palestras Técnicas e Motivacionais, Avicultura e Suinocultura. Atualmente é corretor de imóveis da Imobiliária Galvão e escritor com diversos artigos publicados em jornais do país.

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