25 / 01 / 12

Roberto Menescal lança o CD A Galeria do Menescal

Fonte: Assessoria
Foto: Ricardo Rabelo

Inspirado na Galeria Menescal, onde o próprio compositor morou por um período, que guarda boa parte da história de Copacabana e dos personagens da nascente Bossa Nova, 50 anos atrás, Roberto Menescal se uniu, mais uma vez, com a parceira Wanda Sá, que foi sua aluna de violão nos primórdios bossanovistas, e ao grupo vocal BeBossa e criou o espetáculo “A Galeria do Menescal”, que tem sua versão de estúdio lançada agora pela Sala de Som Records (www.saladesom.com.br). No CD, a música “O Barquinho” é apresentada, segundo o próprio Menescal, na versão veleiro: mais leve, deslizante, em um arranjo do próprio Menescal e de Clarisse Assad (vocal).

O repertório do CD é resultado da uma série de espetáculos do octeto, que roda os palcos brasileiros desde 2009, reunindo desde clássicos como “Vagamente”, “Telefone” e “Rio”, além da própria “O Barquinho”, frutos da parceria de Menescal com Boscoli, a canções menos conhecidas, como “Eu Canto Meu Blues” (Oswaldo Montenegro/ Roberto Menescal) e “Agarradinhos” (Roberto Menescal e Rosália de Souza).

No CD, nada de super produções, apenas Menescal, Wanda, o BeBossa (que é um sexteto a capella), uma guitarra e dois violões. E muita bossa.

As músicas são apresentadas em diversas formações: apenas o BeBossa a capella, Wanda e o BeBossa, Menescal e o BeBossa, e todos juntos.

O BeBossa é formado por Marcela Velon, Carol Assad, Marcela Mangabeira, Cauê Nardi, Matias Corrêa e Zeca Rodrigues (direção musical e arranjos).

Uma capa muito Bossa Nova
A proposta gráfica da capa do cd, e do projeto gráfico em si, assinado pela Ilustrarte Design, foi revisitar o visual marcante das capas criadas por César Villela para a gravadora Elenco, nos anos 1960. Na época, eram lançados os primeiros discos de toda uma geração que viria a se tornar ícone da música popular brasileira.

Menescal estava entre eles, com LPs como “A Bossa Nova de Roberto Menescal e seu conjunto” e “A Nova Bossa Nova de Roberto Menescal e seu conjunto”, em meio a outros grandes artistas, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Nara Leão, Tamba Trio, e muitos outros, que foram brindados com a elegância do traço de Veillela.

A partir de conceitos como minimalismo, elegância e modernidade, essas capas tornaram-se parte da nossa cultura visual, sendo frequentemente associadas à boa música. Na época, as técnicas de impressão eram inteiramente diferentes, havia outros processos e limitações envolvidos. Mas foi com essas limitações que, seguindo um partido bem simples – com uso do alto contraste, pontuado por detalhes em vermelho e de tipografia forte e com impacto –, César e a Elenco ajudaram a criar, talvez inadvertidamente, a imagem da própria Bossa Nova.

Foi com deferência a essa história e a essa obra que os artistas decidiram utilizar dos mesmos conceitos, traduzidos para a época atual, ao construir a identidade do projeto “A Galeria do Menescal”.

A Galeria Menescal
Há anos existe, no coração de Copacabana, no Rio de Janeiro, uma galeria comercial que leva o nome da família do comandante. Durante muitos anos, alguns pensaram ser ele dono da galeria. Por um bom tempo, mesmo não sendo dono, marotamente Menescal não respondia. Deixava a dúvida no ar.

Se a galeria Menescal pode ser considerada um dos primeiros shoppings do Brasil, com uma oferta grande de serviços, dos famosos quibes a consultórios médicos, o repertório de Roberto Menescal também é bem amplo, e vai além de “O Barquinho” (Menescal e Boscoli), “Vagamente” (da mesma dupla) e de “Bye Bye Brasil” (dele e de Chico Buarque). E é exatamente a riqueza deste repertório que o espetáculo tenta colocar a bordo.

Reconhecidamente um dos principais compositores da Bossa Nova, Roberto Menescal é das figuras mais atuantes do movimento que ainda navega com desenvoltura pelos sete mares. Ele pode estar no palco com Leila Pinheiro, Andy Summer, Bossacucanova, Cris Delano ou Danilo Caymmi, entre outros contemporâneos ou não de tempos de Bossa Nova.

Como compositor, Menescal tem parcerias além de Boscoli e Chico Buarque, como Cateano Veloso, Costa Neto, Paulo Coelho, Paulo Feital, Nelson Motta, Paulinho Pinheiro, Carlos Lyra e até mesmo Carlos Drummond de Andrade.

Sobre o encontroAberto a novas possibilidades musicais, vide suas parcerias com Andy Summer, Bossacucanova e Leila Pinheiro, quando Menescal foi apresentado ao grupo vocal BeBossa, junto com o produtor Célio Albuquerque, percebeu que tal encontro poderia ser bastante produtivo. Chamou Wanda Sá, com quem regularmente se apresenta, e, com o auxílio do líder e principal arranjador do grupo BeBossa, Zeca Rodrigues, montaram o espetáculo “A Galeria do Menescal”, que teve sua primeira apresentação no palco do Liceu Franco-Brasileiro, curiosamente um dos primeiros palcos da Bossa Nova, nos anos 1960, onde até mesmo um iniciante Roberto Carlos (que, na época, queria ser João Gilberto) subiu ao palco.

A escolha do repertório foi a partir da identificação do grupo com cada música apresentada. Além do parceiro onipresente Boscoli, outros também marcam presença no CD, como Wanda Sá, Carlos Lyra, Paulo César Pinheiro, Chico Buarque, Paulo César Feital, Oswaldo Montenegro e Rosália de Souza.

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