15 / 03 / 12

Eu caçador de mim…

Por José Carlos Paiva Bruno (OABRJ 73304)
Imagem: Internet

Finalmente descobri porque me tornei um Advogado: conhecimento dos tais manuais de instruções! Sério, aquele negócio que ninguém quase lê, fundamental para o funcionamento adequado de quase tudo, destaque para a chave seletora 110/220 volts… Indo além do conhecimento da hermenêutica, você amadurecendo como o vinho, descobre o porquê do buquê… Ora alguém tem que dizer a alguém: você está certo ou errado, com certeza metafísica… Aquela que você aprende na universidade em direito penal, quando o mestre conta o célebre caso do homicida, que após o feito, lembra-se do seu velho amigo advogado e telefona apavorado dizendo-lhe: matei um cara… Do outro lado da linha ele diz: dizem que você matou… Bom, se os engenheiros estão certos: a dúvida é o preço da pureza! Sendo inútil ter certeza… In dubio pro reo

Advogados são necessariamente atormentados por seu próprio cognitivo, quando pego um bilhete de estacionamento qualquer, invariavelmente dizendo NÃO NOS RESPONSABILIZAMOS POR QUAISQUER DANOS AOS VEÍCULOS E OBJETOS DEIXADOS NELES… Invariavelmente você dá uma risadinha e pensa alto: será que não conhecem nada de responsabilidade cível inerente? Como quando alguém é assaltado dentro de um ônibus, tendo um bom advogado, processa a viação pleiteando indenização e ganha, porque a mesma tem o compromisso contratual de levá-lo de um ponto a outro em total segurança e conforto… Ela que busque ser ressarcida junto ao Estado, que constitucionalmente deve proteger a todos…

Talvez também tenha enveredado pelo Direito para não ser errado (ou pior esquerdo, arghh…), e então ser amado… Velho conceito das paixões coerentes: procuramos o belo no certo, o sucesso do concerto no maestro, afinal para usar aquela batuta ele certamente, leu muitos manuais… Mímica da condução; presumo… Fato incontestável é que os músicos e a plateia, sem saber exatamente porque, corrigem-se em tempo, produzindo a melodia… Talvez amedrontados: pode ser que seja uma varinha de condão, e se não fizermos bem feito, seremos todos transformados em sapos…

Em tempo,descobri analisando (sem manual) onde reside boa parte do lucrovelocidade de reposição, dos fabricantes de perfumes – quase iguais aos bons cartões de crédito: não saia de casa sem eles – franceses, sabe aquele orifício por onde são vaporizados? Tudo bem que os botões disparadores sejam quase todos pretos, mas os buraquinhos deveriam ser cromados ou identificados por uma marca de relevo, não fictício; pois que todo primeiro disparo é uma loteria…

Bom, meu sonho mesmo antes de encontrar minha caixa, como bem diz o Jerry Seinfeld (figurou nove meses na lista best-seller do New York Times, com seu O MELHOR LIVRO SOBRE NADA), é o de poder advogar – além da consultoria, porque todo mundo pergunta tudo pra advogado – pra valer, depois que aposentar daqui a uns cinco anos, como Analista; talvez tenha conseguido o necessário patrocínio para publicação dos livros, e também vez que presumo meus filhos queridos formados e autossustentáveis dispensando o plano de saúde e pensão atuais… Contrário sensu maquiavélico, benditos Rousseau e seu Contrato Social: O homem é naturalmente bom, sendo a sociedade, instituição regida pela política, a culpada pela “degeneração” do mesmo. Nada contra…

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