02 / 05 / 12

Coloridas iras…

Por José Carlos Paiva Bruno (OABRJ 73304)
Imagem: Internet

Ontem terminei minha primeira leitura de Herman Hesse, hoje professei uma viagem interior ao levar o meu carro ao conserto em uma oficina da periferia… Havia um estalo na roda dianteira direita, em dúvida e na espreita pensei tratar-se dahomocinética, comprada previamente, lá vou eu… Então que aguarda pela possibilidade do Ricardinho mecânico, em sábado agitado, e as horas vão passando, até que pelas quatro horas após minha chegada, vai meu bólido sofrer a cirurgia, então constato a necessidade de nova peça, porque hoje é sábado com vênia do eterno Vinícius, bom à beça… Então saio à caça da trizeta, melhor fosse com sua rima prima, mas nada de lojas abertas, vamos procurar em oficinas espertas…

Espectro de um passeio suburbano recheio, do asfalto bandeandolojas fechadas às casas e casinhas(assim puxadinhos) sem emboço no osso, em coloridas lajotas

e projetos contrafeitos da força gravidade – forca fazendo idiotas engenheiros concretos – e batidas lajes de roupas penduradas matizes, naqueles varais que aguardam pelo sol, sal sem cálculo estrutural;daquela púrria esquina em briga de menina, espúria fúria, turba com tapa na cara da cafetina… Onde a vida pulsa; passa ponto e contraponto 190, repetidas cenas em escadas mecenas… Diferenças apenas na sofisticação, assim de travesseiros populares crediário, até ricas penas de plástico à vista, apenas… Então fracassado desta feita, vendo minha busca desfeita, tento mais um pouquinho, nada além d’um mundo mudinho… Nada feito ou em tudo satisfeito… Assim sem carro e também a dama que espreito! Respeito…

Então penso nesse citado alemão, muito diferente de meu predileto – novo Dante, de minha desesperada Beatriz amante – Fausto Goethe; rabiscando Hesse com naturalidade pela escuridão e luz: aonde conduz? Não me agrada uma literatura quase freudiana onírica apavorada, mas em corajosa quase lírica empreitada daquele “olhar para dentro” aceitando demônios e anjos em corriqueira aflição, talvez seja óbvio e não maldição…  Certeira da imagem Demianda mulher indefinida, se alegre ou se ferida, talvez Eva e Mona Lisa. Assim Hermann ou Leonardo, homem ou leopardo…

Assim como olvidar o vinho do frio. Sutil alvedrio! Diáspora marcas e favores, opressões de senhores, prisioneiros em abandonos das cores… Abonos males que despertam para novas amizades, socorros confrarias e saudades, beldades… Coros quebras de castidades, rupturas d’um novo começo, recomeço, reconheço. Sendo bem que nos convém, levam e trazem evolução também… Coloridas iras em diversas tiras amei… Amém!

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