20 / 08 / 12

Desvendando vicissitudes

Foto: Internet

A extrema carência de chuvas, aliada ao fortíssimo calor que assola os USA, está ocasionando a maior perda de safras agrícolas da história do povo norte-americano e certamente da história de toda a humanidade.

A Rússia também amarga a perda de seis milhões de toneladas de trigo devido à estiagem. Tradicional exportador deste cereal, a safra russa apresenta quebra superior a 12% do previsto e o mercado mundial irá enfrentar menor disponibilidade de trigo.

Mas a grande preocupação são os Estados Unidos.

Responsáveis por um terço da produção total de milho do planeta, cerca de sessenta dias atrás, a estimativa era de 376 milhões de toneladas de milho e outros 87 milhões de toneladas de soja. A previsão agora (agosto), em razão da severa seca que afeta 90% da área produtora, será colher 273 milhões de toneladas de milho e pelo menos, 73 milhões de toneladas de soja. Isto se o tempo ajudar e se as chuvas chegarem para salvar as lavouras, cujas colheitas ainda não começaram. Ou seja, tudo tem que dar certo, doravante, para a situação ficar apenas muito ruim, pois nesta safra os agricultores das terras de tio Sam, já perderam acima de 117 milhões de toneladas entre milho e soja. Misericórdia!

Esta é a principal razão da intensa alta que se verifica nos preços destas duas “commodities”. A menor oferta faz os preços dispararem.

Isto é muito bom para os agricultores brasileiros, mas, altamente prejudicial às nossas indústrias frigoríficas, particularmente os abatedouros de aves e de suínos, porque eles dependem do binômio milho-soja para composição das rações destes animais.

Os preços de nossas carnes ainda permanecem baixos, porém no nível de produtor já aconteceram alguns aumentos e há expectativa de alta significativa nos preços de todas as carnes, dentro de poucas semanas.  Creio que no máximo em quatro semanas os preços das carnes para os brasileiros devem subir, no mínimo uns quinze por cento.

Sabemos, entretanto, que historicamente os aumentos nas carnes impactam em imediatas restrições de consumo. Então o mercado precisará se ajustar, mas os aumentos de custos são seriíssimos e é absolutamente dramática a situação de alguns frigoríficos que estão a um passo da bancarrota, e não possuem caixa para compra de milho para fabricar ração e estão deixando aves e suínos sem alimento. Há muitos lotes de animais morrendo por falta de comida. Uma situação desesperadora e com prejuízos homéricos onde todos perdem.

E você perguntará a este humilde escriba: Mas qual a razão do título deste artigo? Pois, meu prezado leitor, algumas mudanças ruins no nosso dia a dia são absolutamente independentes de nossa ação. Sobre algumas coisas ruins que nos acontecem, não temos absolutamente nenhuma ingerência.

Veja toda a tecnologia do homem, todo seu conhecimento científico, toda sua parafernália de equipamentos sofisticados, nunca será suficiente para sua alegria, seu conforto, sua riqueza, sua prosperidade.

Nós somos todos dependentes de Deus. Sem Ele, somos apenas pó.

Aos incrédulos, uma lição a ser aprendida.

Com carinho e orando para que Deus se apiede de todos nós,
João Antonio Pagliosa

João Antonio Pagliosa - Curitiba/PR

João Antonio Pagliosa é engenheiro agrônomo de Santa Catarina formado pela UFRJ, e especialista em Reflorestamento, Serviços Topográficos, Avaliações e Peritagens em temas agropecuários e florestais, Nutrição Animal, Armazenagem de grãos e Fabricação de rações, Palestras Técnicas e Motivacionais, Avicultura e Suinocultura. Atualmente é corretor de imóveis da Imobiliária Galvão e escritor com diversos artigos publicados em jornais do país.

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