15 / 01 / 13

Trivial

Fonte: José Carlos Paiva Bruno
Foto: Internet

Culinário prato-feito, ao que paladar faz-se elementar, metafísico ou animal. Do corriqueiro ao anormal, o que buscamos é uma satisfação trivial… Somos assim, um simples presente à moda Pascal: procurando nas coisas ausentes o socorro que não obtém das presentes. Futuro Lula diz que está doente: amnésia do mensalão; Chávez manda dizer que está vivo e são: pro Tribunal que empossa sem posse. Que poço é este? Quase um “desde que tu me deste”… Como a mulher que se veste para o marido e amigas; pros homens ela tira a roupa, voilà que os homens sejam os maridos, melhor ou menos confuso…Difuso fuso…

Fato é que vivemos em permanente expectativa: da queixa ou da gueixa… Como bem diz o Jorge Forbes: a queixa é social. Bom, então, analogicamente gregário digo que a gueixa também… Afinal quando alguém reclama, suspira ou catalisa; coisa de sofrimento solidário ou defesa de otário. Mormente que a gueixa aguente, declama o que a queixa não sente, e por vezes expira um tipo de suspiro, o fisiológico. Diagnóstico da antiguidade; precede apenas a advocacia, precursora da terapia. Sim, pois que caminhamos no simples trivial da insatisfação do direito: ou tá quente demais, ou chovendo demais, ou meu salário é de menos ou muito mais… Somos assim uma trupe queixosa, quase como a gueixa gostosa, não necessariamente nesta mesma ordem… De ou dos. Parece-me um delay, entre a expectativa e a conquista, talvez o “ovo de Colombo” da nossa eterna – trinca do equilíbrio – busca, garantindo-nos a retro igual insatisfação trivial, será o Bojador do navegar? Quando a conquista acontece, já temos uma nova prece… Um novo desejo, uma nova distância… Ânsia de continuar em desejar ou queixar? Reparem que a queixa traz incontinenti um desejo, um parâmetro: bom demais ou ruim igual. Assim um longe ou perto, nunca chegando, desperto.

Parece que o que interessa é o incompleto, inda que discreto: que as paralelas esperem pelo encontro lá na p… Melhor dizendo infinito! Então estou aflito a descobrir isto: imaginem (literalmente) o John Lennon e seu mundo sem guerra, todas as pessoas em paz… Teríamos alcançado a grande – Deus teria que arrumar de súbito um paraíso para sete bilhões de anjos – graça: o fim do voto marqueteiro! Sério, seria o fim do galinheiro, onde sem galinhas não teríamos raposas. Como a gueixa, que ouvindo a queixa, geme simulando, fazendo você maior, confiante, quase um super-homem pelos sete minutos intérpretes do Irving Wallace. Fato é que é o papel – remunerado – dela; além é claro, de dar à luz logo aqui, aos políticos de sucesso artificial, eu diria quase artífices da queixa, da gueixa dos outros, é claro.  Inda que do ponto de vista antropológico: cada qual tenha a queixa ou a gueixa, que merece…

José Carlos Paiva Bruno
OABRJ 73304

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