26 / 03 / 14

Perguntas polêmicas de crianças devem ser respondidas com sinceridade

Tocar em assuntos delicados faz parte do crescimento dos pequenos, e pais precisar se posicionar corretamente

Alessandra e seu filho Leandro, reação fortalecida pela confiança

Alessandra e seu filho Leandro, reação fortalecida pela confiança

Da boca de uma criança saem aproximadamente 300 perguntas por dia. Algumas são relacionadas a vontades momentâneas, bastando um “sim” ou “não” para dar fim ao questionamento, enquanto outras caracterizam dúvidas cotidianas. Entretanto, uma série de interrogações exige resposta bem pensada, pois aborda assuntos delicados que se não explicados corretamente, podem influenciar o pequeno a ideologias extremas.

Homossexualidade, religião e sexo são temas recorrentes e que causam grande desconforto aos pais e demais familiares. Mas, como responder? A psicóloga Luzimari Dantas, do Hapvida Saúde, orienta a limitar-se a responder o que foi perguntado. E deixar que eles surjam com a indagação. “Não precisa elaborar uma historinha sem pé nem cabeça para justificar algo. Basta responder com naturalidade, falando sempre a verdade. A criança se contenta e o pai ou a mãe, que são as figura de referência, não vão precisar mentir”, recomenda ela.

Assim fez a professora universitária Alessandra Marques Luz com seu filho Leandro, hoje com 17 anos. “Respondia da forma mais didática possível. Quando ele perguntou porque o cocô saia do bumbum, primeiro expliquei que era normal em todas as pessoas e em todos os bichinhos, e que aquilo acontecia porque quando a gente come, o corpo fica com as vitaminas que precisa e joga fora o que não quer mais, e a forma encontrada para eliminar isso é pelo cocô”, descreve, lembrando que achava a situação divertida. “Muitas vezes, minha primeira reação era sorrir. Só depois conseguia responder”, conta.

No catálogo de dúvidas de Leandro surgia a importância de pentear os cabelos, já que eram curtos, e também a finalidade de forrar a cama, uma vez que voltaria a deitar nela horas depois. Sua curiosidade era maior quanto a cotidianas de própria execução. Mas uma vez, ele questionou porque era preciso beijar na boca, já que saia baba e, por isso, era nojento. A mãe ficou sem jeito. “Disse que quando ele ficasse maior, beijar na boca seria divertido. Na verdade, não consegui explicar nada, então saí com essa”, lembra Alessandra.

Construa uma relação sólida sem ultrapassar os direitos dos filhos

“O que é gay?”. “Porque existem pessoas em cores diferentes?”. “O que é sexo?”. “Deus existe?” são alguns dos questionamentos mais comuns proferidos, na grande maioria das vezes sem qualquer malícia, na pura inocência. E elas surgem próximo do quinto ano de vida, quando a percepção passa a ser maior e a compreensão não acompanha. “Fugir da resposta também não é alternativa. Quando os pais dão atenção e importância aos questionamentos, conquistam uma relação saudável com o filho, de abertura, de confiança, que pode ser benéfica no futuro”, orienta Luzimari, lembrando que os filhos devem enxergá-los como melhores amigos.

“Leandro nunca foi de grandes questões. Não sei se por falta de curiosidade ou por eu e o pai sempre tentarmos responder de forma tranquila”, diz a professora, que comemora a forte relação construída com o filho. “Para alguns assuntos temos muita abertura. Vida profissional, futuro, drogas… Sexo nem tanto, ele recorre mais ao pai ou ao padrasto, embora seja eu quem compro as camisinhas e de ter me oferecido pra levar sua namorada ao ginecologista, após saber que a vida sexual deles havia iniciado. Ele gostou da iniciativa e isso trouxe ainda mais de abertura entre nós”, afirma.

Alessandra opina ainda que acha indispensável respeitar o espaço do filho. “Conversamos, mas ele guarda muito para ele. Considero isso bom. Posso estar enganada, mas sempre acreditei que algumas coisas a gente só conversa consigo mesmo”, encerra.

Atenção ao conteúdo acessado

A mídia é uma grande incitadora de questões sociais que são encaradas como problema e, quando se transformam em perguntas, deixam os pais em situações embaraçosas. Recentemente, o beijo gay na novela causou barulho; as manifestações de adolescentes em shoppings centers, chamadas ‘rolezinhos’, foi assunto por semanas em todos os meios de comunicação. É difícil, porém, possível controlar o acesso aos conteúdos inadequados à idade. Se as emissoras não o fazem, o responsável, como autoridade máxima em casa, deve fazê-lo, vigiando a programação da TV e os cliques no computador.

A dica da psicóloga do Hapvida é prática: esclarecer, sem passar juízo de valor. “É preciso tentar resolver, inicialmente, a situação dentro de si. Se o pai encara com preconceito, numa ideia pré-concebida, a criança também vai encarar dessa maneira. Explique sem tomar partido. Deixe que o filho entenda o porquê mais adiante, mas com suas próprias opiniões”, continua. “Brigar não adianta. Jamais force o outro a aceitar sua opinião”, completa ela.

“Um problema só será grande para a criança, se os pais fizerem dele um grande problema”, defende Luzimari, que finaliza sugerindo calma e descontração no momento. “Não há com o que se preocupar. Melhor que eles perguntem em casa do que na rua, a desconhecidos”.

DE PAI PARA FILHO

Homossexualidade, religião e sexo são temas recorrentes em perguntas de crianças e que causam grande desconforto aos pais e demais familiares. Mas, como responder? A psicóloga Luzimari Dantas, do Hapvida Saúde, orienta a limitar-se a responder o que foi perguntado. E deixar que eles surjam com a indagação. “Não precisa elaborar uma historinha sem pé nem cabeça para justificar algo. Basta responder com naturalidade, falando sempre a verdade, de forma que a mensagem seja compreendida”, explica ela.

SEMPRE A VERDADE

Como explicar à criança o beijo gay na novela, as manifestações ou os rolezinhos? A psicóloga Luzimari Dantas, do Hapvida Saúde, explica que os pais devem esperar a criança surgir com a dúvida para então respondê-la com naturalidade, falando sempre a verdade. “Mas é importante que ele resolva, primeiramente, aquele problema dentro de si. Não é saudável passar opiniões ou conceitos pré-concebidos à criança. Deixa que ela crie seu próprio juízo de valor mais adiante”, orienta.

ATENÇÃO À PROGRAMAÇÃO

O acesso descontrolado à mídia, principalmente televisão e internet, pelas crianças, pode antecipar aos pais uma fase bem delicada: perguntas sobre assuntos polêmicos, como o beijo gay na novela e os rolezinhos. “No caso de surgir o questionamento, limite-se a responder apenas o que foi perguntado, sempre falando a verdade. Mas é importante policiar o conteúdo que as crianças assistem, direcionando a programações educativas e culturais”, recomenda a psicóloga do Hapvida Saúde, Luzimari Dantas.

COMO EXPLICAR?

A criança não mede esforços quando a curiosidade bate. É pergunta pra lá, pergunta pra cá. Mas, qual a melhor forma de responder? Luzimari Dantas, psicóloga do Hapvida Saúde, orienta que a verdade seja sempre dita. “Não é bacana inventar historinhas com mentiras para fugir da responsabilidade de responder, exceto se o contexto da história mostrar uma justificativa real para o questionamento”, conta. E a dica fundamental é: “espere que ele pergunte e não levante juízo de valor, nem sugira ideias pré-concebidas”, finaliza ela.

PAPAIS, NÃO TEMAM

Quando a criança surge com aquela pergunta delicada, o que fazer? A dica da psicóloga do Hapvida Saúde, Luzimari Dantas, é prática: esclarecer, sem passar juízo de valor. “É preciso tentar resolver, inicialmente, a situação dentro de si. Se o pai encara com preconceito, numa ideia pré-concebida, a criança também vai encarar dessa maneira. Explique sem tomar partido. Deixe que o filho entenda o porquê mais adiante, mas com suas próprias opiniões”, continua. “Brigar não adianta. Jamais force o outro a aceitar sua opinião”, completa ela.

Fonte: NewPubb

 

Gigi Accioly

Holofote @gigiaccioly - Jornalista (MTB 1468AL), colunista social do Jornal Primeira Edição (impresso/online); Assessora da Tehron - Núcleo de Comunicação; Realiza assessoria de imprensa e marketing; É cerimonialista e mestre de cerimônias; Editora-chefe e colunista da Revista Evidência Cosmopolita (Impressa), 1999/2015, AL; Colunista e editora da revista evidencia.com (EVDCIA on line); ex-apresentadora de TV, "Programa Gente em Evidência" exibido pela TV EVDCIA, TV Alagoas (SBT) e TV Mar; publicitária. Membro do Grupo Literário Alagoano (GLA); Ex-membro da ALANE/AL - Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro (Núcleo Alagoas); Comendadora (Comenda Professor Doutor Sebastião Palmeira (instituída pela Academia Maceioense de Letras). Diretora Regional em Alagoas da MBA - Mídia Brasil Associados; membro associada à FEBRACOS – Federação Brasileira de Colunistas Sociais. Ex-diretora de comunicação social da Soamar/AL. - Sociedade Amigos da Marinha de Alagoas; Colunista do extinto portal Ciro Batelli – Unique Style (SP e Las Vegas).

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