01 / 04 / 14

Será que ter é ser?

Imagem Internet

Imagem Internet

Em pleno século XXI, era da globalização, informatização e transformação, são notáveis como nós nos regredimos e o sistema avança por causa desse fato, o ser humano torna-se cada vez menos pensante e mais dominado, manipulado por uma mídia, por uma marca, pela apreciação de mostrar a todos o que é ter, mas fugindo brutalmente da essencial vertente do ser.

Ser e ter pode constituir um tema vago, mas tudo o que se refere ao nosso comportamento social deve ser bem aceito, a verdadeira razão que me levou a abordar essa temática, foi os inúmeros fatos que andam acontecendo ao nosso redor e vendamos os olhos, dados assustadores nos mostram os crescentes números de cirurgias plásticas, de salários de jogadores de futebol e seriados extremamente desvirtuados de cultural, no Brasil.

É triste e ao mesmo tempo perplexo saber que poucas pessoas conhecem algo de fato que podemos dizer isso é aproveitável, a maior ferramenta do sistema é essa, ele se apodera da sua ignorância mental, fazendo você trabalhar para manter as necessidades básicas e extremamente cara, e quando chegamos de mais um dia de lide, sentamos em uma TV para assistirmos programas, novelas e seriados, com intervalos COMERCIAIS, criados no intuído de mostrar que amanhã deveremos trabalhar mais, para consumir mais, ter um padrão de vida mais “respeitável”.

Não tenho nada contra a mídia, inegavelmente é um meio de comunicação extraordinário, mas sou contra de quem faz sua essencial vida em algo de modinha que foi imposta pela mídia, exaltamos a bandeira do país que nos pisa, usamos o que está NA MODA, não o que é mais apropriado ou de nosso gosto, tudo te faz consumir e consumir é legal, mas ser você de verdade, é uma extrema falta de respeito à ditadura do misero padrão.

Falando de mídia, não podemos esquecer-nos do padrão, seja siliconada! seja musculoso! Seja irracional! Poste milhões de coisas inúteis no facebook, compre um produto da Apple e mantenha o circo (sendo o rei do camarote), a nenhum momento escutamos algo que diga: seja você! Vivemos na posição de estúpidas marionetes, e a indústria de cosméticos é a que mais vendem ao ano, e as cirurgias plásticas crescem 5% todos os anos, em ambos os sexos, os livros apodrecem nas estantes e livrarias, e o mundo toma rumo de uma baita vergonha humana.

Chegamos ao ponto que pessoas querem reveneram os cabelos, roupas e estilo do jogador, ator e atriz, e chega a ser desesperante saber que essas mesmas pessoas serão os profissionais de amanha, viver em uma passarela, tirar a foto com o rostinho do momento e “invejar” os irracionais do seu convívio, é mais essencial do que o famoso passar de ano, concurso, período ou passar da crescimento, como levar um país a sério, se esse é mantido por pessoas incertas e descomprometidas com sua função de pensar?

País este que jogador, ator e político, ganham mais que professor, autores (literários de verdade) e profissionais de respeito, onde o hino nacional é o funk, sertanejo universitário ou pop rock do momento, pessoas essas que só são patriotas em ano de copa ou olimpíada (quando vencemos, é claro!), e os reality da vida do menos favorecido são as redes sociais, e nos intervalo que temos a gente se ver inserido no globo do montante que não pensa nem um pouco.

Que país é esse? É aquele que jogador é mais respeitado que educador, que ver é melhor que ler, que o BBB é o programa mais assistido da TV, é o local onde pessoas se reúnem e vestem a blusa da nação na confederação e vivem com coisa dos states na mão, onde ser você é anormal e vergonhoso, onde o que anda na moda é sensato e glamoroso, somos aprisionados na fala (estrangeirismos das palavras), no gosto, somos verdadeiros maquinários em via de tempos modernos.

Então que país é esse? Esse país é onde ter se sobrepõe a ser!

“E ele saiu de casa crente que tava abafando
Eu fico puto
Eu fico triste
Eu fico quase chorando
De pena de raiva de tristeza de vergonha
Quando eu vejo esses babacas esses panacas esses pamonhas
Que têm coragem de ir pra rua com boné ou camiseta
Com as cores da bandeira mais nojenta do planeta!
Tem azul com estrelinha
Tem branquinho e tem vermelho
O filho da pátria é burro cego ou a casa dele não tem espelho?
Eu acho que é burro mesmo
Coitado
Sem rumo sem governo totalmente alienado
Bitolado do tipo que acredita no enlatado
Que passou no Supercine desse sábado passado
Eu tento me controlar conto até dez respiro fundo
Ô filho da pátria é assim que cê pensa que vai chegar no 1º mundo?
Vestindo essa bandeira de outro povo
Vestindo essa roupa escrota de submisso baba-ovo”. (Filho da pátria iludido – Gabriel o pensador)

 

Elisama Viana - Maceió/AL.

Acadêmica do curso de Direito pelo Centro Universitário Cesmac, vivencia o Direito por um andamento mais zetético, buscando explicações em sua Filosofia, Historia e Sociologia, atualmente em um projeto de pesquisa com seguinte temática: “Direito ensinando a cidadania”; blogueira no site Estação Alagoas, contemplada para estudar a língua francesa pelo Centro Universitário Cesmac, e tomou para si a lide em defesa da Mulher, “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância”. (Simone de Beauvoir).

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *