05 / 08 / 14

Estrangeirismo e subcultura: retrato de um Brasil de várias caras

Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor. Será mesmo? Notamos que a vertente estrangeira está dominando a cultura nacional, na era da globalização não poderia ser diferente, as imposições no vocábulo, na literatura e vida dos nacionais vem adulterando cada vez mais nosso povo, população e imagem.

Imagem Internet

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Sei que essa mazela não é apenas um retrato nacional, mas mundial, a necessidade de tomar para si a cultura alheia (norte americana) em suma maioria vem crescendo, portanto isso vai se tornando um hábito e quando menos esperamos já estamos com jargões e palavras estrangeiras (ok, hello, facebook, whatsapp…) dominando nossa língua e poucos de nós percebemos isso, o grande patriota Ariano Suassuna diz em uma de suas frases: “Não troco meu oxente pelo ok de ninguém”.

Sabemos que não só no dialeto local, regional, nacional que isso faz parte, o estrangeirismo é ainda ascendente em outras áreas como a literatura, não vemos nossa população interessada em grandes escritores nacionais, nas grandes obras literárias que encantaram por séculos as sociedades e as diferentes classes sociais, mestres literários como Machado de Assis, José de Alencar ou até mesmo os modernistas mais recentes Carlos Drummond de Andrade, não tem nada além do que pequenas frases lidas. E torna-se notório que depois do modernismo de 1922 a cultura nacional foi estagnada, será que a culpa é das estrelas?

Imagem Internet

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Não só o estrangeirismo vem dissolvendo nossa identidade, a subcultura é uma vertente que cresce assustadoramente em nosso país, músicas, estilos, modos atípicos para a sociedade e até clima local, nas músicas a enfermidade é maior, grande parte da população vão transformando hits do verão em cultura basta apenas ter uma harmonia e movimentar o corpo torna-se sucesso e chega a ser vergonhoso a péssima qualidade dos renomes e cantores nacionais atuais.

A imagem do nosso país vai sendo agregada a falta de integridade, somos conhecidos pelo país das mulheres em suas grandes formas (gostosas), país do samba, do futebol, e nada além dessas pouquíssimas faltas qualidades, e dentro da nação sofremos preconceitos por sermos a região mais pobre e por termos vergonha de quem somos “Meu maior orgulho do nordeste tá no sertão também, é do povo sofrido que, apenas com seu conhecimento empírico, sobrevive, e vive feliz, do povo sem instrução que as pessoas insistem em ter pena, quando na verdade elas não são dignas de pena, por viver, morrer tranquilos e felizes, não morre de depressão, não toma remédio, não tem facebook, não vai pra a academia e nem recebe nada de ninguém mas é feliz, saudável, e forte do jeito que são” diz Thyago Almeida.

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E as várias caras nacionais vão se tornando o retrato de um país que esquece que cultura é a digital do seu povo, que sem a identificação e investimentos a ignorância vai nos encaminhando ao fim do bem estar social, e passamos dias interpretando o que querem dizer quando vestem a camisa exaltando as cores dos opressores que te pisam?

Elisama Viana - Maceió/AL.

Acadêmica do curso de Direito pelo Centro Universitário Cesmac, vivencia o Direito por um andamento mais zetético, buscando explicações em sua Filosofia, Historia e Sociologia, atualmente em um projeto de pesquisa com seguinte temática: “Direito ensinando a cidadania”; blogueira no site Estação Alagoas, contemplada para estudar a língua francesa pelo Centro Universitário Cesmac, e tomou para si a lide em defesa da Mulher, “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância”. (Simone de Beauvoir).

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