23 / 04 / 15

Terceirização: chave da farsa!

José Carlos Paiva Bruno – OABRJ 73304

Chegamos realmente ao quebra-cabeça da miséria moral com aprovação da estupidez mercenária PL 4330 recentemente. Temos uma legislação – CLT – trabalhista de causar inveja ao mundo. Temos ali previstos os pontos absolutamente necessários ao equilíbrio da relação patronal/empregado. Jornadas mínima e máxima, horas extras e sua remuneração justa, contratos sazonais: prazo determinado com até dois anos, prorrogáveis dentro deste prazo sem ferir o limite dos dois anos, temos o contrato de experiência de até noventa dias, enfim a jornada de 44 horas semanais entre outros que trazem o avanço para produtividade saudável. Temos em diploma acessório até mesmo a polêmica terceirização, prevista para atividades dissonantes do escopo empresarial propriamente, como limpeza, manutenção e segurança.

Agora o que temos é a tentativa de aprovação dum país dentro do outro, PL 4330 é a entrega do Brasil à escravidão, se passarmos por esta porta não haverá retorno. Lembro que o governo militar realmente cerceou direitos políticos, em uma época delicada de enfrentamento ao laico comunismo, mormente jamais enfraqueceu as conquistas trabalhistas, pois que ligadas diretamente ao civismo e orgulho da nação, donde carecem motivados igualmente patrões e trabalhadores para que possamos avançar em país desenvolvido e soberano.

Terceirização em quarta passada esteve capitaneando o ranking no Twitter colocando-se a frente dos trending topics. Estou plenamente convencido de que os brasileiros acordaram além dos escândalos de corrupção para uma necessidade de renovação que vai além do executivo, pois que os atuais irresponsáveis do legislativo estão tentando rasgar a CLT.

fechadura quebra-cabeça

fechadura quebra-cabeça

Proponho abordagem simples e racional, criando a regra dentro da regra estamos perigosamente retirando o norte do Poder Judiciário e seu embasamento. Considerando igualmente que a base do capitalismo democrático é a construção de riqueza que esteja atendendo a todos, pois que nada nos adianta produzirmos com custo menor (leia-se mão de obra escrava ao estilo chinês) se perdemos além da dignidade desta parcela terceirizada, seu poder de consumo, então atiramos no próprio pé. Apontando para quais novos mercados consumidores? Europa envelhecida e saturada, mundo árabe ensanguentado pelo radicalismo, EUA e Japão que também defendem seu mercado interno? Espero não abrirmos a porta por simples experiência, imagino terrível o que encontraremos doutro lado… Quebra-cabeça!

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