06 / 10 / 15

QUE SEJA INFINITO ENQUANTO DURE

CASAL

Realmente o profético Vinícius de Moraes estava mais do que certo quanto escreveu o soneto da fidelidade que, ao seu final nos afirma: “QUE SEJA INFINITO ENQUANTO DURE”. 

Nada neste mundo é mais complicado do que o amor, 100 % confundido como posse: “MEU namorado; MEU noivo, MEU marido…” Sem isso, segundo nos foi ensinado, não vale a pena. Tem que ser MEU e ponto final !

Nossa cultura nos tem ensinado que o “felizes para sempre é um eterno conto de fadas”, criando a expectativa de que a vida deve ser como um dia interminável na Disney World. Nossa cultura nos apresenta uma série de fatores extremamente distorcidos do que são na verdade os nossos relacionamentos íntimos. Nós somos levados a acreditar que um grande relacionamento é um perfeito e constante mar de rosas, dias de sol, noites estreladas, apesar mesmo de termos testemunhado em primeira mão as dificuldades, os encontros e desencontros dos nossos pais. Quantos de nós ainda possuem os mesmos pais? Os meus se separaram quando eu tinha 18 anos. Não foi e acredito que nunca será um mar de rosas neste nosso plano vivencial. Acreditar em “almas gêmeas” é a mesma coisa que acreditar em coelho da páscoa. O que existe de fato, e sempre deve existir, é muita renuncia de ambas as partes. 

Assim como a vida não é perfeita, relações íntimas também não são. Relações exigem esforços e compromissos, mas existem momentos que precisamos sair, precisamos de uma trégua, de uma escapada, sem que isso represente uma quebra de compromisso. Precisamos entender que estamos vivendo um compromisso e que não estamos e nem devemos estar preso a ele. Compromissos nos exigem paciência, tolerância, entendimento, volta por cima. Exigem o nosso perdão. Deve existir o entendimento de que somos falíveis, que erramos e que o outro também erra e que se desejamos ser perdoados, devemos, no mínimo perdoar. Significa CUIDADO, esse cuidado significa cuidar do outro sem estar preso ao outro. Hoje temos que entender os novos conceitos de relacionamentos. Temos que redefinir o nosso “conto de fadas, nossa história de amor cultuada e exacerbada pela mídia”. Nos fizeram uma lavagem cerebral e nós acreditamos nela.

É hora de tomarmos uma posição e reconhecermos o fato de que temos sido alimentados com mentiras. Fomos informados de que o amor é apenas um sentimento, mas na realidade o amor é uma ação – muitas ações. É um trabalho contínuo. É algo que duas pessoas devem se comprometer a um ritual diário, mas dando e dando-se liberdade de ir e vir. Não somos proprietários do amor. Não somos proprietários da outra pessoa. Estamos vivendo dentro de um determinado contexto que pode ficar mais forte ou acabar, dependendo justamente das nossas atitudes. Dependendo exatamente de como enxergamos e vivenciamos esse amor. 

Quando você é capaz de aceitar essa nova realidade, e dar-se a devida liberdade, sem aquelas loucuras prejudiciais de que tudo deve ser exatamente perfeito, exatamente do jeito que você quer que seja o tempo todo, a partir do momento que você abrir espaço para a verdadeira alegria de se envolver profundamente em um ótimo relacionamento, que detém um poderoso espaço flexível que alarga-se para acomodar as lutas necessárias, você entenderá que o amor não é só isso que você imagina, é muito mais. 

A suposta alma gêmea é realmente apenas um parceiro (a) amoroso (a) que está disposto (a) a trabalhar com a gente por um certo tempo, quem sabe em toda a nossa presente encanação. Agora ficar esperando alguém uma vida toda ou acreditar que quem está ao seu lado é perfeito é um verdadeiro paradoxo, pois nós não somos perfeitos. Longe disso. Pessoas assim frustram-se, deixam de viver momentos de amor, momentos felizes, cansam de esperar e morrem esperando, sozinhos. Perdem a chance de viverem seus momentos, suas alegrias. Perdem a chance de terem alguém. Devemos entender que os poderes do amor e do compromisso devem se tornar companheiros de alma e que levam uma vida inteira para aperfeiçoar-se. Somos falíveis. Todos, sem exceções !

O verdadeiro amor é muitas vezes o tipo mais inconveniente, mais louco, mais impossível de se acreditar. São duas pessoas completamente diferentes e livres. – Mais uma vez, repito, é preciso duas pessoas que realmente, realmente queiram trabalhar juntos, todos os dias, assumirem compromissos e responsabilidades, livres, independentes, para construírem efetivamente algo especial, duradouro e até eterno. Isso é o que grandes relacionamentos conquistam, pois trata-se de um trabalho em equipe. 

É lógico que existirão problemas. Quando enfrentamos dor nas relações nossa primeira resposta é muitas vezes interrompe-la. Colocar um ponto final mas, a medida em que duas pessoas em um relacionamento podem conversar, poder permitir-se liberdade e trazer essa liberdade à tona e resolver problemas é um sinal significativo da solidez de seu relacionamento.

Haverá momentos difíceis. Sempre existem. As palavras e soluções fáceis nunca virão, mas quando estamos dispostos a não ter razão, pois ter razão sempre cansa e destrói e é mais fácil deixar de querer ter razão e dar razão, muita, mas muita coisa pode sobreviver de fato. 

As coisas não são, não serão e nem podem ser do jeito que queremos. Insistir nesta “razão” já é o princípio do fim. Todo casal precisa discutir (consciente e plenamente) de vez em quando, só para provar que a relação é forte o suficiente para sobreviver. Relacionamentos de longo prazo – os que realmente importam – estão sempre subindo e descendo ladeiras. São sempre altos e baixos. 

Comunicação é fundamental. Liberdade é fundamental, mas requer prática. Você pode medir a felicidade de uma relação íntima pelo número de cicatrizes que cada parceiro carrega dentro de si e, viver destas lembranças é a mesma coisa viver mordendo a língua ou viver olhando para traz. Significa não ter aprendido nada. Significa não entender as mudanças. Significa não aperfeiçoar-se. É perder tempo com palavras inúteis. 

Haverá mal-entendidos mais honestos do que você gostaria. Quando se trata de compreender o seu parceiro (a), lidar com eles como eles são, nunca é do jeito que a gente quer, muito pelo contrário. Haverá desculpas e desculpas sem fim, e, além disso o perdão necessário. Vivenciar o amor é viver a nossa própria vida, compartilhando-a. É o perdão. É transformar um milhão de pequenos erros em experiências de aprendizagem. O amor é paciência, otimismo, e às vezes é um simples beijo quando não há mais nada a dizer.

Não tem como, é impossível mudar a outra pessoa. Teu namorado (a), noivo (a) não mudará depois de casado (a). As diferenças já devem começar a ser conversadas nesta época. Ninguém muda ninguém. Em vez de tentar mudar o seu parceiro (a), mude você, entenda você, liberte você. Seja honesto (a), coloque as cartas na mesa para saber exatamente como é o seu parceiro (a). Saiba o que você sente e porque você sente. Se sentir ciúme, então acaba por aí mesmo, pois essa doença só destrói. Tenha em mente que a melhor maneira de amar alguém é não querer mudá-lo (a), mas sim para ajudá-lo (a) a revelar a melhor versão de si mesmo (a). Amar não significa impor limites, pois o amor foi e sempre será livre. Aprisioná-lo é perde-lo. 

Um ótimo relacionamento não é carente. Em um grande relacionamento, vocês se amam mais do que você precisam um do outro.

Mesmo o maior relacionamento não vai resolver completamente. Se você não está feliz com você mesmo, ou confortável com a sua própria verdade, não terá amor que segure um relacionamento, há uma grande chance de você não está pronto para essa relação. Entenda que nenhum relacionamento dura para sempre, da mesma maneira que nós não vivemos para sempre. Valorizemos os nossos momentos de amor, de alegria, de felicidade. Aprecie o que você tem com seu parceiro – os momentos de amor e todas as pequenas coisas. Você nunca vai saber o quanto eles significam para você até o dia em que já não estão ao seu lado. E lembre-se, só porque algo não dura para sempre, não significa que não valeu a pena. 

Entende de uma vez por toda as que todos os relacionamentos, incluindo o maior de todos eles, requerem paciência e esforço. E nenhum relacionamento vai funcionar perfeitamente o tempo todo. Não crie expectativas do que deve ou não deve acontecer em um relacionamento. Isso sempre significa problemas. Entenda que sexo é uma coisa, amor é outra. 

Não importa o que aconteça, ou quão grande é um relacionamento, haverá lutas, perdas e ganhos. Concentre-se nos ganhos, na parte boa. Ao invés de constantemente ficar procurando sinais do que não está funcionando do seu jeito, viva a parte boa e entenda que focar na parte boa permite que o amor cresça cada vez mais.

Jeff Severino - Florianópolis/SC

Viagens & TurismoJornalista/fotógrafo, diplomado pela Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul - Campus Pedra Branca - Diretor de Comunicação da Associação Catarinense de Colunistas Sociais, Relações Públicas da ABIME - Associação Brasileira de Mídia Eletrônica, Diretor de Comunicação da ABRAJET-SC, Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo, editor de um portal e de um blog, além de membro da FEBRACOS - Federação Brasileira de Colunistas Sociais e FENAJ - Federação Nacional de Jornalistas. Sou colaborador/colunista de diversas revistas e jornais de circulação nacional, começando pela Revista Evidência Cosmopolita em Maceió à Revista OQ em Joinville - SC.

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