Poesia Moderna
Livro: Verbo e Verso | Cap.: Conclusões Satisfatórias
Por *Luiz Balisardo
Uma pena o que se vê por aí nas livrarias:
Comércio chulo e sem vida, literatura enlatada.
E em meio aos bestsellers, se vêem lá penduradas
Um monte de folhas soltas que se vende como poesia.
Encaixação de palvras.
Modernismo “desconstrutivo”…
Uma insulto à boa mente.
Não desconstrói marmeladas!
Não é nada além de ofensivo
À capacidade do cliente.
Este vício em leitura sem amor à palavra,
Ou então a aquilo a qual por ela se amava,
É evidência de um fato terrível:
Que de tão marginalizado foi o intelecto,
Que já considera-se uma escrita sensível
Esta salada de letras sem pé nem cabeça
Em que o autor, não sei como, se passa por esperto,
E, ainda por cima, acha que está certo;
E acha esta bangunça toda uma beleza!
O leitor, pobre coitado,
Tão faminto por sentimentos,
Não percebe ser rebaixado
Sommelier de excrementos.
Aclamando textos vagos de autores que se encantam
A empilhar palavras de maneiras fenomenais.
Essa gente que não se importa com as leis fundamentais
E portanto não sabe que os pólos se encontram,
Não percebe que sua fórmula é simplesmente incorreta.
Esta fuga da técnica por vontade de ser artista
Faz com que a prosa dê a volta completa
Devolta à chatice parnasianista.
Esta fanfarronice sem sal nem pimenta
Não se sente quando enfiada goela abaixo;
Mas o karma vai voltar… E vai ser um arregaço!
A história, por si só, vai e se reorienta…
Fiquem atentos, sapos cururus,
Todo sal e toda pimenta vai direto nos seus…
*Luiz Vinicius Balisardo de Almeida é poeta e ator, livre pensador em Marechal Deodoro AL.