17 / 11 / 20

Fisioterapeuta concede entrevista exclusiva

Saúde física e cardíaca em foco

Especialista faz revelações impressionantes

Fisioterapeuta concede entrevista exclusiva

Foto: Marcio Rogerio Renzo

   

  Marcio Rogerio Renzo é Fisioterapeuta pela UNORP, com especialização em Ergonomia pelo Grupo Posturar, formação em Administração Pública pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco, possui também Pós-graduação em Neuropsicologia pela Faculdade Metropolitana e Palestrante com experiência de mais de 28 anos em segurança, gerenciamento de crises e assuntos relacionados a emergências e sinistros no (Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo). E-mail para contato: marcior.renzo@gmail.com. Instagram: @marcior.renzo

  Tendo em vista o aumento da população idosa, a importância da procura por uma boa funcionalidade do organismo por meio da fisioterapia, atividades físicas, controle da pressão arterial dentre outros que ficou patente trazer para o centro do debate, quais os desafios na eliminação do sedentarismo, dos casos de AVE (Acidente Vascular Encefálico) dentre outros na pandemia. Diante do exposto que entrevistei o fisioterapeuta Marcio Rogerio Renzo. 

Especialista faz revelações impressionantes

O que mudou na fisioterapia com a pandemia?

 

   Marcio Rogerio Renzo – Com a pandemia causada pela COVID-19, o fisioterapeuta ganhou um papel de destaque de duas formas: a primeira, trabalhando na linha de frente no ambiente hospitalar, pois a COVID-19 causa transtornos respiratórios, o que a rigor, fez com que a atuação do fisioterapeuta, em ambientes como a UTI (Unidades de Terapia Intensiva), fossem decisivos para a recuperação dos pacientes, trabalhando em conjunto com o corpo de profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos, etc.), e fazendo uso das diversas técnicas, embasadas em evidências científicas: como cinesioterapia, eletroterapia, técnicas de higiene brônquica, etc.., além de também estar atuando na atenção básica à saúde e nos atendimento em domicílio. 

 – Outro ponto observado foi o aumento de queixas como: dores musculares, dores na coluna, dores no pescoço, etc., fato que podemos atribuir ao aumento da demanda em serviços de home-office. Esta função, até então para poucos, teve seu aumento por conta da pandemia e pelo fato de a grande maioria das residências não estarem adaptadas para os desenvolvimentos das funções laborais, ergonomicamente falando, o que causou o aumento dos problemas relatados.

Quais os maiores desafios do fisioterapeuta na atualidade?

  Marcio Rogerio Renzo – A Fisioterapia como ciência tem conseguido grandes ganhos e contribuições à sociedade no desenvolvimento de estudos e experimentos. Todavia, como profissão carece de atenção quanto à remuneração dos serviços, principalmente junto aos convênios médicos, pois estão bem defasados. 

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O que é Hipertensão?

  Marcio Rogerio Renzo – A hipertensão arterial sistêmica (HAS), ou como é conhecida popularmente a “pressão alta”, é uma condição clínica multifatorial que se caracteriza por um aumento sustentado da pressão arterial. Geralmente é causada por alterações funcionais e/ou estruturais dos chamados órgãos-alvo (coração, rins, encéfalo e vasos sanguíneos) e as alterações metabólicas com maior suscetibilidades para eventos cardiovasculares fatais e não fatais. 

– A HAS é classificada de acordo com a causa, a gravidade e o tipo, além das elevações típicas da PA. Os dois tipos básicos são: hipertensão idiopática, também conhecida como primária ou essencial que é a mais comum (90 a 95% dos casos) e a hipertensão secundária, causada por uma alguma patologia relacionada aos órgãos alvos. 

– Com relação a fatores associados a práticas de controle da hipertensão em idosos, os dados mostram que aproximadamente 22% da população brasileira acima de 20 anos são hipertensos, sendo a hipertensão responsável por 80% dos casos de acidentes vasculares, 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio e 40% das aposentadorias precoces. Para os brasileiros, isso significa um custo anual de 475 milhões de reais, com 1,1 milhões de internações por ano. 

– O agente exato na maior parte dos casos de HAS não é identificado, contudo sabe-se que é uma condição multifatorial. Vários são os agentes de risco que associados entre si e a outras condições favorecem o aparecimento desta patologia, sendo eles: idade, sexo, hereditariedade, raça, obesidade, estresse, anticoncepcionais orais, dieta rica em sódio e gorduras e diabetes mellitus. 

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Qual a importância da fisioterapia no controle da pressão arterial?

  Marcio Rogerio Renzo – O fisioterapeuta possui atribuições específicas, dentre elas, dar assistência a todas as fases do ciclo de vida, atender pacientes com doenças exclusivas, bem como, orientar, prevenir e melhorar a qualidade de vida. Com base nessas prerrogativas insere-se a responsabilidade desse profissional em relação a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). 

– A atividade física repercute na parte preventiva e de tratamento para HAS, visto que apresenta impacto na redução dos valores de pressão arterial (PA) e consequentemente diminui o risco de doença coronariana já que esta constitui uma complicação da HAS. 

– A falta de atividade física pode determinar a mudança no grau de risco para as doenças coronarianas (podem passar de fator secundário para primário). O fisioterapeuta possui uma função importante no que diz respeito à prescrição e orientação dessa atividade física que deve ser adjunta dos medicamentos necessários e de alterações nos hábitos de vida. 

– A qualidade de vida nesse âmbito é um fator considerável, pois ela pode ser alterada em decorrência dos efeitos adversos provenientes do tratamento farmacológico a que esses pacientes são submetidos e das doenças que podem estar associadas. 

Quais as atividades físicas mais relevantes para a estabilidade da pressão arterial?

  Marcio Rogerio Renzo – As atividades físicas mais indicadas para controle da pressão arterial são exercícios aeróbicos, com uma carga leve. Pois exercícios anaeróbicos, ou a utilização de cargas mais pesadas podem proporcionar picos de pressão, que é um risco para pacientes hipertensos. 

– Em se tratando de idosos, programas de exercícios físicos são fundamentais, pois, além de estarem sujeitos aos efeitos da HAS, como a diminuição da capacidade funcional, também estão sujeitos às limitações físicas inerentes ao avanço da idade. Sendo valido ressaltar que idosos hipertensos apresentam 4,2 vezes mais chances de desenvolverem limitações funcionais ou 39% mais chances de serem dependentes nas atividades da vida diária que normotensos. 

– Estudos demonstram que a prática de um estilo de vida mais ativo está associado à prevenção ou à atenuação das limitações funcionais, portanto, além dos efeitos de redução da PA e fatores associados, os exercícios físicos podem prevenir contra doenças cardiovasculares e diminuir o declínio da capacidade funcional, podem melhorar o desempenho dos idosos em suas atividades diárias de forma segura e independente, melhorando a qualidade de vida mesmo na presença de patologias crônicas. 

Especialista faz revelações impressionantes

Qual a importância da fisioterapia no combate ao AVE (Acidente Vascular Encefálico)?

  Marcio Rogerio Renzo – A fisioterapia, como área da ciência da saúde, vem a contribuir no tratamento de forma expressiva, agindo tanto na prevenção através de orientações à população, como no pós-evento utilizando de diversas técnicas: como cinesioterapia, eletroterapia, hidroterapia, etc., a fim de reabilitar ou minimizar as sequelas do paciente, buscando retornar esse paciente da melhor forma possível às suas atividades de vida diária. 

Quais as atividades físicas mais adequadas para os idosos?

   Marcio Rogerio Renzo – Não há como especificar uma atividade física mais adequada, pois a prescrição de exercícios físicos deve ser de forma individualizada, respeitando os limites de cada um. Porém, em casos de idosos deve-se levar em consideração alguns fatores inerentes ao envelhecimento ao prescrever os exercícios, como restrição de mobilidade, flexibilidade, impacto articular, etc., a fim de evitar possíveis lesões. 

Quais os benefícios das atividades físicas na terceira idade?

  Marcio Rogerio Renzo – São os mais diversos possíveis. A prática regular de atividade física pode gerar benefícios à população em idade mais avançada, como o aumento da resistência e da força muscular, maior flexibilidade articular e capacidade aeróbia, melhor coordenação e equilíbrio, perda de peso e melhor administração das doenças crônicas e das deficiências. 

– Assim, esses benefícios podem ocasionar uma melhora da capacidade funcional, o que resulta em reversão da fragilidade, decréscimo do risco de mortalidade entre os indivíduos com bom nível de aptidão física e elevado gasto energético. 

– Outro fator importante relacionado à prática de exercícios físicos, principalmente os esporte em grupo, é a redução de fatores que induzem a depressão, pois com o estímulo à socialização proporcionado pelo esporte, este faz com que esse idoso interaja com os outros, proporcionando momentos de prazer em grupo, aumentando os laços afetivos, desta forma reduzindo muito o risco em desenvolver a depressão, que é considerada um dos “maus do século”. 

Quais os maiores desafios da família em lidar com o idoso?



  Marcio Rogerio Renzo – Uma das grandes dificuldades em cuidar dos idosos é a administração do tempo. Uma vez que com a rotina corrida, principalmente nos grandes centros, faz com que esses familiares não consigam acompanhar e desenvolver as tarefas com os idosos no tempo deles. 

– O processo de envelhecimentos traz ao idoso uma lentificação de suas respostas, que é normal, e isto dificulta muito a interação entre os familiares e o idoso. Pois o idoso passa a ter o “tempo” dele e não há como nós queremos que ele nos acompanhe, portanto cabe ao familiar “entrar” nessa condição, sempre lembrando que o essencial é ter o amor e o carinho por ele, pois o idoso tem uma condição que lhe foi imposta pelo tempo, não foi uma escolha dele. Portanto, a paciência e o carinho são essenciais para essa interação dar certo. 

Como ajudar os idosos sem que eles se sintam pressionados?

  Marcio Rogerio Renzo – Se pudéssemos resumir em palavras, elas seriam “paciência e carinho”. Nós temos que tentar trazê-los para nossa realidade. Sempre explicando e mostrando a ele, de forma que ele consiga tirar suas próprias conclusões. Conclusões essas, as que esperamos que eles cheguem. Não é uma tarefa fácil, mas extremamente gratificante quando as atingimos. 

Como motivar os idosos a prática de exercícios físicos?

  Marcio Rogerio Renzo – O idoso ativo não é difícil de estimular. A dificuldade maior está no idoso que apresenta patologias associadas, alguma restrição em sua mobilidade ou que apresente algum problema psicológico. 

– O primeiro passo sempre será ganhar a confiança desse paciente, pois só assim ele começará a ouvi-lo realmente. Depois estabelecer um cronograma de treino adaptado à sua condição física, sempre com muito cuidado, pois qualquer trauma causado, pode levar todo o tratamento à sua fase inicial ou até mesmo fazer com que este idoso desista do treinamento. 

Qual a importância da atenção da família na reabilitação do idoso? 



  Marcio Rogerio Renzo – A participação familiar dentro do processo de reabilitação é essencial. Pois o carinho demonstrado pelos familiares, os cuidados, a atenção proporcionam ao idoso segurança, sensação de acolhimento, desta maneira ele chega ao tratamento mais receptivo, mais aberto às experiências novas e à comunicação, que é essencial no relacionamento interpessoal. 

– É importantíssimo frisar que a hipertensão arterial é chamada de “assassina silenciosa”, esta condição vai exercendo seus estragos silenciosamente sem que o paciente se aperceba. Sintomas geralmente atribuídos à pressão alta como dor de cabeça, vertigens, visão borrada, são raros. 

– A única maneira de diagnosticar HAS é aferindo a pressão e tratando-a a tempo, antes que as consequências sobre os vasos e órgãos nobres se manifestem. Por isso é importante uma conscientização sobre a necessidade de avaliar periodicamente a pressão, e mais ainda, se houver história familiar. A prevenção na saúde sempre será o melhor tratamento! 

Instagram: @joaocostaooficial

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João Costa

João Costa é Jornalista, Assessor de Imprensa, é Membro da API (Associação Paulista de Imprensa), é "Prêmio Odarcio Ducci de Jornalismo, é "Prêmio de Comunicação pela ABIME – Associação Brasileira de Imprensa de Mídia Eletrônica, Digital e Influenciadores, é Prêmio Iberoamericano de Jornalismo, é Referência em Comunicação pela Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação – ANCEC, tem reconhecimento por Direitos Humanos pelo Instituto Dana Salomão e Menção honrosa do Lions Clube Internacional- Rio do janeiro. Teve participação ativa em eventos da Embaixada do Gabão no Brasil em Brasília, tendo inclusive, sido intérprete de discurso a convite do Embaixador do Gabão no Brasil, em jantar beneficente, com a presença do Vice-Presidente da República Federativa do Brasil. O mesmo possui participação em workshops, webinars, congressos e conferências.

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