12 / 03 / 21

Presidente do Hotéis Rio fala dos desafios e sinaliza avanços no setor hoteleiro

Alfredo Lopes dá entrevista exclusiva

 

Foto: divulgaçãoPresidente do Hotéis Rio fala dos desafios e sinaliza avanços no setor hoteleiro

Alfredo Lopes

  Presidente do Hotéis Rio fala dos desafios e sinaliza avanços no setor hoteleiro

Alfredo Lopes é formado em Administração de Empresas e Engenharia Civil pela Universidade Gama Filho, com pós-graduação em Engenharia Sanitária e de Segurança do Trabalho, é Diretor da Protel Administração Hoteleira, empresa integrante do Grupo Santa Isabel desde 1982,  preside o Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (Hotéis Rio) e a Associação Comercial e Industrial do Recreio e Vargens (ACIR), é também presidente do Conselho Curador do Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB), do Conselho Empresarial de Turismo da Associação Comercial do Rio de Janeiro, e Diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi). Foi presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) em vários mandatos e, hoje, está à frente do Conselho Deliberativo da associação.

    Com os desafios que estão sendo enfrentados com a pandemia da Covid-19, que atingiu em cheio o segmento de turismo, o presidente da (ABIH-RJ) fala em entrevista exclusiva sobre os desafios que o segmento tem enfrentado, qual a situação real dos hotéis e o que tem sido feito para reverter este quadro – entre outros temas. 

Como está a situação hoteleira no Rio de Janeiro? 

   Alfredo Lopes – Para se ter uma ideia, no início de março de 2020, a ocupação da rede hoteleira estava em torno de 70%, e no mês seguinte, este índice caiu para 5%. A reabertura dos hotéis começou timidamente em junho, mas ganhou força a partir de agosto. Atualmente, a ocupação hoteleira na capital está em torno de 45%. Os empreendimentos de 4 e 5 estrelas, localizados na orla da capital, e os resorts e hotéis fazenda no interior estão concentrando a maior demanda. 

   –   Temos observado um grande movimento de cariocas se hospedando em hotéis dentro da cidade, o chamado “staycation”, o que representa uma oportunidade para o nosso segmento em tempos como estes.  A recuperação tem sido lenta, porém gradual, com maior resposta do turismo interestadual e nacional, naturalmente. Mas, a recuperação definitiva está diretamente ligada ao sucesso da campanha de vacinação e à recuperação da economia. 

Quantos postos de trabalho foram perdidos aproximadamente e o que tem sido feito para se reverter este quadro? 

     Alfredo Lopes – Na apuração do final do ano passado, já tínhamos registro de mais de 20 mil postos de trabalho suspensos e cerca de 20% de colaboradores que perderam seus empregos. Como forma de manter a maioria dos postos de trabalho, de imediato, firmamos Convenções Coletivas de Trabalhos Emergenciais com os sindicatos dos empregados visando a manutenção dos empregos e a aplicação da MP 936/2020. De uma maneira geral, os hotéis optaram prioritariamente por adotar o banco de horas e dar adiantamento de férias individuais e coletivas, mas a maioria fez uso da MP e da Convenção Coletiva de Trabalho Emergencial com foco na manutenção de seu staff.

Quais têm sido os maiores desafios do segmento em meio a pandemia? 

  Alfredo Lopes – O maior desafio não é nosso, é do mundo todo e de todos os segmentos econômicos: superar esta pandemia. Mas, especificamente para o nosso setor o desafio é manter o fluxo turístico, em simples palavras: ter cliente/hóspede. Esta recuperação total de nosso setor pode demorar até quatro anos. Na parte prática, especialmente, passado o período de alta temporada de verão, o nosso desafio imediato é estimular a retomada do calendário de eventos e do turismo corporativo, que são segmentos com resposta rápida e permanente. 

Quais são as medidas que o senhor tem tomado diante da atual realidade? 

   Alfredo Lopes – Em um primeiro momento, as medidas emergenciais buscavam a manutenção dos empregos, onde o nosso sindicato teve uma atuação rápida e exemplar junto aos sindicatos laborais da categoria. Temos, desde o início, mantido uma atuação e diálogo ativos junto aos órgãos competentes no pioneirismo dos mais modernos protocolos de prevenção para manter nossa operação segura para hóspedes e colaboradores. Investimos em ações promocionais voltadas para os principais destinos emissores e, em parceria com o receptivo turístico local, também para os cariocas. 

   -Temos, também, planejado uma série de ações para fortalecer a retomada do turismo na cidade do Rio de Janeiro no pós-pandemia, como o investimento no turismo de negócios, tendo em vista que as grandes feiras foram postergadas. Cerca de 400 eventos de todos os portes, entre congressos e feiras canceladas ou adiadas, estão no radar, representando uma possibilidade de geração de fluxo para a capital após o fim da pandemia do coronavírus. 

O que vocês estudam fazer diante de novas medidas restritivas com a nova variante do vírus? 

     Alfredo Lopes -Os prejuízos são imensuráveis, econômicos e emocionais. Diante do triste cenário da pandemia no nosso país, não há outra alternativa que não seja acatar as medidas mais restritivas que, certamente, estão embasadas em opiniões técnicas do Comitê Científico. Acreditamos que tanto o Governador quanto o Prefeito do Rio estão olhando para a área científica, assim como para a econômica. Mas, neste momento, se faz necessário que a área científica esteja à frente das ações, para sairmos o quanto antes desse triste patamar de 2 mil mortes por dia.   A meta é que a retomada seja permanente, por isso, é necessário agora concentrar todos os esforços no combate. 

O senhor tem se reunido com os governos municipais, estadual e federal?  

     Alfredo Lopes – Sim, temos participado intensamente de reuniões junto aos órgãos públicos estaduais e municipais na identificação das melhores práticas para o setor. Já fizemos inúmeras reuniões com a nova gestão para alinhar medidas emergenciais, planos para a retomada do setor e ações para o fomento do setor de eventos. E nos orgulhamos pela atuação estadual e municipal na construção da cartilha de protocolos de prevenção à Covid-19, onde a hotelaria teve um trabalho ativo e pioneiro. 

Como tem sido a atuação da prefeitura e do governo do estado do Rio de Janeiro em relação a esta crise no setor hoteleiro? 

  Alfredo Lopes – A nova gestão chegou aberta ao diálogo, tem se mostrado atenta às demandas do setor e adotado uma postura responsável e ponderada frente aos nossos pleitos e desafios da pandemia. Os gestores do mundo inteiro estão precisando recuar frente ao recrudescimento da pandemia, aqui não poderia ser diferente. As medidas estão longe de serem favoráveis, mas por hora se fazem necessárias.

 Na sua avaliação o que mudará no segmento de hotéis após a pandemia?

    Alfredo Lopes – Já de imediato notamos uma preferência de viagens rodoviárias, em núcleos familiares. Também cresceram as hospedagens de longa permanência nos hotéis, o que chamamos de longstay, e a prática de “viajar” dentro da sua própria cidade, o que conhecemos como staycation. Mas, para o futuro próximo, a própria aceleração digital provocada pela pandemia já traz algumas mudanças em si no comportamento do viajante. O trabalho e o estudo remoto ou híbrido flexibilizam a agenda de viagens. Temos também um novo movimento dos nômades digitais, que são pessoas que podem trabalhar de qualquer lugar do mundo. Temos muitos segmentos novos a serem explorados.

 Como tem sido o cumprimento dos protocolos de segurança tais como; o uso de máscara e de álcool gel?  

   Alfredo Lopes – A hotelaria é, hoje, um dos lugares mais seguros para trabalho, lazer e turismo. Os hotéis foram pilotos nas medidas emergenciais e responsáveis pela elaboração da cartilha de protocolos junto aos órgãos responsáveis. Nossos colaboradores foram capacitados para trabalhar preservando, em primeiro lugar, a saúde de seus pares e dos hóspedes.

Quais são as perspectivas do senhor para este primeiro semestre de 2021? 

   Alfredo Lopes – Diante do cenário que vivemos, podemos considerar que tivemos um bom verão. O desafio, como já venho falando, vem agora, a partir de março, com o esvaziamento do turismo de lazer. Havia uma expectativa da retomada do corporativo, mas março trouxe com ele novas medidas restritivas. Os hotéis ainda continuam representando um dos ambientes mais seguros, por seguirem os mais exigentes padrões de protocolo e prevenção. Então, seguimos de portas abertas e em plena operação. O cenário ainda é incerto, mas estamos esperançosos com os avanços da campanha de vacinação.

Presidente do Hotéis Rio fala dos desafios e sinaliza avanços no setor hoteleiro Instagram: @joaocostaooficial 

  

João Costa

João Costa é Jornalista, Assessor de Imprensa, é Membro da API (Associação Paulista de Imprensa), é "Prêmio Odarcio Ducci de Jornalismo, é "Prêmio de Comunicação pela ABIME – Associação Brasileira de Imprensa de Mídia Eletrônica, Digital e Influenciadores, é Prêmio Iberoamericano de Jornalismo, é Referência em Comunicação pela Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação – ANCEC, tem reconhecimento por Direitos Humanos pelo Instituto Dana Salomão e Menção honrosa do Lions Clube Internacional- Rio do janeiro. Teve participação ativa em eventos da Embaixada do Gabão no Brasil em Brasília, tendo inclusive, sido intérprete de discurso a convite do Embaixador do Gabão no Brasil, em jantar beneficente, com a presença do Vice-Presidente da República Federativa do Brasil. O mesmo possui participação em workshops, webinars, congressos e conferências.

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