21 / 05 / 21

Hipertensão Arterial Resistente, um cavalo selvagem?

Nunca fique irritado com o cavalo, recompense seu sucesso!

Olá, sapiens!

A sua pressão arterial é domável?

Imagem: http://publicacoes.cardiol.br/Hipertensão Arterial Resistente- um cavalo selvagem?

Assim como podemos domar um cavalo quarto-de-milha usando a técnica Horsemanship, podemos domar a pressão arterial seguindo as diretrizes brasileiras de Hipertensão Arterial.

A Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 estimou que por volta de 21 a 32% dos brasileiros adultos eram hipertensos, desde aqueles que se autodeclaravam e aqueles cuja busca ativa verificava pressão arterial maior ou igual a 140 por 90 mmHg (14×9) ou tomavam medicação anti-hipertensiva.

Voltando ao nosso quarto-de-milha, temos que conhecer o cavalo, ganhar sua confiança com segurança e dar um passo de cada vez. Com a pressão arterial também é assim. A hipertensão arterial resistente (HAR) é quando a pressão arterial medida no consultório do seu médico se sustenta igual ou acima de 140 por 90 mesmo com você fazendo uso de três medicações diferentes em suas doses máximas, sendo uma delas um diurético. No Brasil, quase 12% da população hipertensa pode apresentar hipertensão resistente, conforme texto das diretrizes de 2016 e 2020. Outra condição pior, que pode atingir de 3 a 4% dos hipertensos resistentes é a Hipertensão Refratária (HARf), quando a pressão arterial se sustenta igual ou acima de 14×9 mesmo com cinco medicações sendo duas delas dois tipos de diuréticos.

Nunca fique irritado com o cavalo, recompense seu sucesso! É preciso paciência e atenção para confirmar o diagnóstico, existe a Hipertensão Arterial Pseudorresistente, quando a resistência é um “fake” e precisamos descobrir o culpado. E os suspeitos são:
– Hipertensão do Avental Branco
– Falha na técnica de aferição da pressão
– Falha do paciente na adesão ao tratamento
– Inércia terapêutica por falha do médico

A hipertensão do avental branco é um dos quatro maiores fenótipos da pressão arterial e merece um “Olá, sapiens” especial, mas basicamente é aquela que se apresenta alta na presença do médico e fica normal em casa. Falhas na técnica de aferição podem ser sanadas com educação continuada e paciência. Falha na adesão também necessita de muita educação continuada e empatia entre médico e paciente. A inércia terapêutica pode ser corrigida com maior proatividade do médico.

Os portadores de hipertensão arterial resistente e refratária necessitam de ajuda de um grupo multidisciplinar especializado para diagnóstico, orientação e tratamento.
– Tome as rédeas da sua saúde! Cuide-se!

Hipertensão Arterial Resistente, um cavalo selvagem?
por Luiz Guilherme ( @nefrologistadrluiz ) e ( @gahas.consulta )

Luiz Guilherme Almeida

Saúde e Bem-estar Luiz Guilherme Almeida (CRM/AL 6134 | RQE 3731)Luiz Guilherme é médico nefrologista, fundador e ex-coordenador médico do maior centro de terapia intensiva para COVID 19 do Estado de Alagoas, especialista no CRIA - Centro de Referência Integrado de Arapiraca, plantonista e consultor da UTI COVID 19 da Santa Casa de São Miguel dos Campos, preceptor da Residência Médica de Clínica Médica do Hospital CHAMA e do internato de Clínica Médica da UFAL Campus de Arapiraca, agreste de Alagoas. Representante do Estado de Alagoas no DHA (Departamento de Hipertensão Arterial) da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretor Cultural e Intercâmbio da AMB Alagoas. Conselheiro do CRM. Antes da pandemia se dedicava ao combate à síndrome metabólica, sendo fundador e CEO do GAHAS Grupo de Atenção à Hipertensão e Síndrome Metabólica, moléstia que pode determinar o agravamento dos casos de COVID 19 e aumento independente de 2,5 vezes o risco de evento cardiovascular indesejável. Bem estar, meditação, dieta adequada e atividade física são os pilares do tratamento e prevenção à Síndrome Metabólica.

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