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Coletivo Pé na Porta lança documentário sobre racismo e invisibilidade negra nesta terça-feira (30/11), às 20h

Exclusivo

O filme será disponibilizado gratuitamente no Youtube nesta terça-feira (30/11), às 20h

Coletivo Pé na Porta lança documentário sobre racismo e invisibilidade negra

Divulgação

Racismo, injúria racial, baixos salários e assédio moral são apenas alguns obstáculos enfrentados pela população negra nas relações de trabalho. Essas e outras dificuldades são abordadas no documentário “Invisíveis” que será lançado nesta terça-feira (3011) pelo Coletivo Pé na Porta. A produção, realizada com recursos da Lei Aldir Blanc, retrata histórias de abusos sofridos por profissionais negros no exercício de suas funções. Gari, auxiliar de serviços gerais, empregada doméstica, copeira e entregador são os cargos ocupados pelos entrevistados que relataram as agressões.

A obra faz um paralelo entre a ficção e a vida real.  De acordo com a diretora do filme e uma das fundadoras do Coletivo Renata Tavares, não é só ficção ou algo que a gente inventou, mas sim o que inventaram pra nós. “O curta é uma comprovação de que as pessoas mudam, mas as histórias são as mesmas. Nos faz refletir e entender o que a sociedade construiu na vida dessas pessoas em relação a invisibilidade na vida e no mercado de trabalho. Retrata o processo de escravização e a falsa libertação que abandonou os pretos, os deixando em extrema vulnerabilidade, fazendo com que aceitem a invisibilidade como forma de sobrevivência”, afirma.

Os depoimentos e as histórias narradas na produção são identificados e conceituados por Aza Njeri, professora doutora em Literaturas Africanas, pós doutora em Filosofia Africana, pesquisadora de África, Afrodiáspora e Mulherismo Africana. Aza faz uma análise das situações vivenciadas pelo grupo, e descreve como o racismo estrutural interfere na vida e nas relações desses trabalhadores.  Além dos apontamentos de AzaNjeri, outro destaque na produção é a participação dos atores Cridemar Aquino, Milton Filho e Raphael Rodrigues.

O filme exibe cenas do espetáculo “Invisíveis”, além de imagens inéditas dos personagens. No ar em “Quanto Mais vida Melhor”, o ator Cridemar Aquino vive o Delegado Nunes, um personagem de destaque com nível superior.  Já no documentário, o ator representa o oposto dessa realidade. Cleiton, um ex-presidiário que trabalha como auxiliar de serviços gerais. “É um prazer interpretar o Cleiton. É um personagem absolutamente profundo e com várias camadas. É muito importante jogarmos luzes nestes tipos de personagens que de uma forma geral é sempre retratado superficialmente pelas produções.  No espetáculo “Invisíveis” todos os personagens são protagonistas e muito importantes para o desenvolvimento da história que está sendo contada”, ressalta. Outra questão abordada no filme é a consciência racial descoberta tardiamente pelo Pedro, personagem interpretado por Milton Filho.

“Pedro se reconheceu negro de uma forma muito dura e brusca.  Pedro percebeu que os pretos como ele não tinham direitos, mas tinham uma felicidade que ela não conhecia. Ao se reconhecer negro, Pedro descobre a dura realidade do preconceito racial”. Milton ainda ressalta que a dramaturgia se torna rica ao contar  histórias que se misturam com a realidade dos atores, personagens e entrevistados É o que relata Raphael Rodrigues.

O ator dá vida à Diva, uma transexual que obtém reconhecimento através do afeto e aceitação do personagem Cleiton. “Fiquei emocionado ao ouvir o depoimento da Rih de Castro. Ela falou da importância de ser chamada pelo pronome adequado.   É preciso entender que o outro deve ser reconhecido da forma como ele se enxerga e não como os outros querem enxergar”, conclui.

Serviço

Documentário “Invisíveis”

Onde assistir. Acesse aqui.

João Costa. Acesse aqui.

João Costa

João Costa é jornalista, editor-chefe da AN CONNECT, assessor de imprensa e relações públicas. Membro da Associação Paulista de Imprensa (API), é reconhecido por sua atuação na comunicação com diversos prêmios nacionais e internacionais, incluindo o Prêmio Odarcio Ducci de Jornalismo, o Prêmio ABIME Comunicação 2024 (Associação Brasileira de Imprensa de Mídia Eletrônica, Influencer e Digital) e o Prêmio Iberoamericano de Jornalismo. Também foi condecorado como Referência em Comunicação pela Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação – ANCEC. Seu trabalho em defesa de pautas humanitárias rendeu reconhecimento do Instituto Dana Salomão, além de uma menção honrosa do Lions Clube Internacional – RJ. João Costa teve participação ativa em eventos diplomáticos da Embaixada do Gabão, em Brasília, e atuou como intérprete oficial durante jantar beneficente a convite do Embaixador, ocasião que contou com a presença do Vice-presidente da República Federativa do Brasil. Com ampla bagagem em workshops, webinars, congressos e conferências, João se destaca pela versatilidade e comprometimento com a comunicação de impacto, ética e responsabilidade social.

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