05 / 07 / 22

‘Quero inspirar mulheres para que elas sejam o que elas quiserem ser e estar onde quiserem estar’

Comunicação

'Quero inspirar mulheres para que elas sejam o que elas quiserem ser e estar onde quiserem estar'

Foto: Laura Magalhães

Sempre focada nos estudos, a jovem empreendedora no segmento de sustentabilidade, fundadora da empresa Sigamos, Laura Magalhães, 39 anos, nascida em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, nunca se desviou do objetivo de subir degraus na vida através da educação. Passou boa parte da infância em Nilópolis, estudou em colégios particulares, honrando com ótimas notas, o benefício da bolsa que ganhou para estudar nas instituições. Graduou-se em direito na UFF e foi a primeira colocada no concurso para doutorado em Direito também na UFF.  Mestre em Meio Ambiente, Sustentabilidade e ODS (Universidade do País Vasco (UPV) e Cátedra UNESCO de Educação Ambiental, na Espanha, mestre em Direito e Políticas Públicas (UNIRIO) e Especialista em Gestão Ambiental (UFRJ/PNUMA), ela já lecionou na UFRJ, na UFRRJ e na Uniabeu.

A Sigamos, criada em 2020, é representante internacional da ONG Onda Verde do Brasil, possui representação oficial em Portugal e está expandindo sua área de atuação para a Espanha, como representante da empresa Sustainable Business Solutions, sediada nos Estados Unidos, mas, antes de tudo, é a essência de Laura Magalhães. “Nós somos um, no mesmo propósito de oferecer soluções inovadoras de gestão, aprendizagem e métodos organizacionais para a sustentabilidade. Queremos democratizar o conhecimento sobre as siglas que estão na ‘moda’ como, por exemplo, o ESG (sigla em inglês para as áreas ambientais, sociais e de governança), os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030 e contribuir para que pessoas e instituições apliquem a sustentabilidade, sejam reconhecidas por isso e se tornem mais atrativas para o mercado e, com isso, consigam obter ajudas internacionais e celebrar contratos com grandes corporações ou com a administração pública”, explica a empreendedora.

Laura Magalhães incentiva e estimula pessoas e instituições para o caminho da sustentabilidade, colabora na construção de um mundo melhor para todos os seres deste planeta e criou uma forma de ajudar e simplificar a compreensão holística da sustentabilidade por meio de formações e capacitações personalizadas. “Meus mais de 10 anos na área, profissional e academicamente falando, fizeram-me atestar que muito se fala, mas não tanto se pratica como se deve, além deste conhecimento não chegar à maioria. Eu quero romper isso e fazer com que a sustentabilidade siga transformando, efetivamente, o futuro que queremos ser e ter para o planeta”, frisa.

Filha da professora Iracema Magalhães, torcedora do Flamengo e da Beija-Flor, Laura Magalhães mora e trabalha na cidade de Ourense, na Espanha, mas não esquece a sua origem. Inteligente, forte, simples, bonita e determinada, ela se define como uma mulher da Baixada Fluminense que venceu pela educação. Laura sonha com os pés no chão, observa possibilidades de crescimento e oportunidades em tudo. “Foi assim que me descobri como empreendedora e quero inspirar e ajudar pessoas. Tenho uma ‘esperança realista’, como diz Ariano Suassuna. Nunca deixei de reconhecer e ser grata pelas minhas raízes, mas arrisquei outros voos e, hoje, quero inspirar, principalmente, mulheres, para que elas sejam o que elas quiserem ser e estar onde quiserem estar”, afirma Magalhães.

Com falar suave e olhos brilhantes, Magalhães, que também é consultora ambiental, professora universitária e advogada, conta que a trajetória dela daria um livro, que pretende escrever. “Sou de Nova Iguaçu, vivi boa parte da minha infância em Nilópolis e estudei na Abeu Colégios e depois no Colégio Curso Equipe Grau – ambas com bolsa -. Minha mãe Iracema, professora, com muito trabalho e dificuldade, como a maioria das mães solos do Brasil, finalmente conseguiu realizar o sonho da casa própria no ano 2000. Então, voltamos para minha cidade natal. Saí de Nova Iguaçu com 19 anos para ir à UNICAMP, pois havia sido aprovada no vestibular de lá”, conta.

Mas, em Campinas, São Paulo, Laura ficou por pouco tempo. Ela voltou ao Rio de Janeiro, porque havia sido aprovada na UFRJ e na UFF. A jovem escolheu a UFF e fez a graduação em direito. Antes de formada integrou times de grandes instituições, como, por exemplo, o BNDES e a Rede GLOBO. “Desde essa época, a gestão empresarial me chamava a atenção. Eu sentia uma grande vontade de empreender para transformar. Assim que, aos poucos, fui associando o direito à gestão ambiental, pensada não só no meio ambiente, mas em todos os ‘ambientes’ que nos cercam – laboral, escolar, familiar, institucional, da cidade -. Foi assim a minha trajetória acadêmica, que passou por grandes escritórios, empresas, universidades como professora e pesquisadora – UFRJ, UFRRJ e Uniabeu – e, finalmente, Espanha”, completa.

Sobre o porquê de empreender no segmento de sustentabilidade, Laura Magalhães disse que essa pegada ambiental surgiu por conta de uma grande inquietude. Segundo ela, desde muito nova, teve interesse nos problemas socioambientais. “Como uns poucos podem ter muito e a maioria não ter nada? Como a pobreza e riqueza vivem tão próximas? Como se pode destruir a natureza se é ela que nos dá vida, se fazemos parte dela? Essas eram, e ainda são, perguntas que me inquietam muito. Pensar na realidade da Baixada Fluminense tão cheia de contrastes me levou a querer estudar formas de mudar essa realidade. Assumi, desde muito nova, a responsabilidade por essa mudança que tanto falamos que ‘a sociedade’ deve fazer, mas nos esquecemos, muitas vezes, de que nós mesmos somos essa sociedade. Então é buscar maneiras de agir e contribuir para a mudança”, alfineta Magalhães.

De forma concreta e definitiva, a sustentabilidade entrou na vida da empreendedora, em 2012. “Tudo começou quando eu assistia ao programa “Globo Ciência”, que noticiou Vitoria Gasteiz – município da Espanha, na comunidade autónoma do País Basco, província de Álava – como a ‘Capital Verde Europeia’. Aquilo mudou a minha vida. O exemplo de transformação pela educação e sensibilização me deu aquele estalo: é isso que eu quero ser. E, desde aquele dia, busquei formas para ser isso, daí a decisão de fazer a pós em Gestão Ambiental e depois toda a trajetória. E o mais bonito é que meu primeiro livro, “Derecho a la Educación Ambiental”, foi lançado na mesma região, sete anos depois”, destaca Magalhães, com um sorriso recheado de orgulho.

Para ela, ocorreu como se fosse a coroação de um plano bem-sucedido. “Mais que um plano, um sonho realizado! Em 2021, lancei a versão em português “Direito à Educação Ambiental” pela editora Engenho das Letras. Hoje, muito mais que advogada, sou consultora e educadora ambiental. Ajudo pessoas e instituições a trilhar seus próprios caminhos de sustentabilidade. Na verdade, construímos esse caminho juntos. Assim, a sustentabilidade, nesse sentido amplo de equilíbrio, estabilidade e harmonia entre todos os seres, é o meu propósito de vida”, finaliza Magalhães.

 

João Costa

João Costa é Jornalista, Assessor de Imprensa, é Membro da API (Associação Paulista de Imprensa), é "Prêmio Odarcio Ducci de Jornalismo, é "Prêmio de Comunicação pela ABIME – Associação Brasileira de Imprensa de Mídia Eletrônica, Digital e Influenciadores, é Prêmio Iberoamericano de Jornalismo, é Referência em Comunicação pela Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação – ANCEC, tem reconhecimento por Direitos Humanos pelo Instituto Dana Salomão e Menção honrosa do Lions Clube Internacional- Rio do janeiro. Teve participação ativa em eventos da Embaixada do Gabão no Brasil em Brasília, tendo inclusive, sido intérprete de discurso a convite do Embaixador do Gabão no Brasil, em jantar beneficente, com a presença do Vice-Presidente da República Federativa do Brasil. O mesmo possui participação em workshops, webinars, congressos e conferências.

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