07 / 10 / 22

Wanderléa e seu livro autobiográfico Foi Assim

 

  Wanderléa e seu livro autobiográfico Foi Assim

Wanderléa começou a escrever Foi assim – Autobiografia como uma espécie de terapia. Ícone da Jovem Guarda, apelidada de ternurinha por todo o Brasil, a cantora tomou a caneta para relembrar momentos difíceis. Escreveu, em formato de diário, sobre dois abortos realizados antes dos 30 anos, a morte do pai, o acidente que fraturou a coluna do marido, José Renato, a perda do filho Léo, aos dois anos, a morte do irmão querido e o assassinato da irmã. Quando uma editora descobriu o material, quis publicá-lo, mas Wanderléa não tinha certeza. “Não aceitei de cara”, conta. “Mesmo depois de ter dito sim para a editora, fiquei ainda uns 15 anos com esses escritos guardados. Eu tinha um ciúme, um apego, porque você escrever na primeira pessoa é uma coisa muito delicada. Foi muito difícil entregar o trabalho.”

Ao receber a autobiografia, a editora achou que os relatos das tragédias vividas pela cantora ocupavam espaço maior que as realizações da carreira. Com a ajuda do jornalista Renato Vieira, Wanderléa se debruçou então sobre os louros para dar a Foi assim um equilíbrio que ela mesma já havia encontrado há muito. “Eu me identifiquei logo de cara com o Renato porque ele sabia tudo da minha carreira e me ajudou a revisitar as memórias dos bons acontecimentos da minha vida. Foi um processo interessante porque eu relembrei coisas de início de carreira”, garante.

Wanderléa estreou nos palcos ainda menina. Nos anos 1950, aos 9 anos, ganhou o concurso do programa de televisão A mais bela voz infantil. Não foi o primeiro, mas foi um marco que levaria a voz da artista para todo o país. O encontro com Roberto Carlos aconteceria poucos anos depois, quando os dois passaram a frequentar o estúdio da mesma gravadora, antes de começarem a gravar, ao lado de Erasmo Carlos, o programa Jovem guarda, veiculado na TV Record entre 1965 e 1968.

Foi assim é cheio de detalhes dessa trajetória. O primeiro beijo roubado por Roberto Carlos, o sucesso, a rejeição e, mais tarde, a aceitação do pai para a carreira da filha, a rebeldia que a fazia comprar motos e carros esportivos conversíveis, as apresentações em um leprosário quando ninguém queria interagir com os doentes, tudo escrito com muita generosidade e sinceridade. O toque pessoal está presente, apesar de Wanderléa ter contado com a ajuda de um jornalista para escrever e organizar as histórias. Há datas, mas nem sempre elas estão presentes, e o tom confessional está por todo o livro. As passagens mais marcantes são as mais trágicas.

O acidente de José Renato, o primeiro marido, filho de Chacrinha, durante um mergulho em uma piscina não foi o primeiro drama da cantora, que perdera uma irmã, assassinada por uma bala perdida, e o pai, de quem era muito próxima. Anos depois, Wanderléa perderia também o filho Leonardo, o primeiro do casamento com Lalo, com quem se casou depois de se separar de José Renato. Leo morreu afogado na piscina de casa enquanto a mãe gravava uma participação no programa de Flávio Cavalcanti, no SBT. A cantora conta que nunca teve tempo de viver profundamente seus lutos por conta da carreira, que se desenvolvia muito bem. ; Normalmente, você tem um tempo para destilar tudo, e eu não tive;, lembra.

Mãe de Yasmin e Jadde, casada com o guitarrista chileno Lalo Califórnia há 43 felizes anos e já avó, Wanderléa embarcou em uma experiência que nunca havia vivido. Em abril, de 2017 ela estreou o musical 60! Década de arromba, dirigido Frederico Reder e no qual vive ela mesma. O espetáculo foi um passeio musical pela década que teve movimentos como a Bossa Nova, a Tropicália e a Jovem Guarda. Foi diferente de fazer um show. O sucesso foi retumbante de deu novo rumo a carreira de sucessos, com apoio de uma nova geração.

Wanderléa e seu livro autobiográfico Foi Assim
fonte: OS Jornalismo e Relações Publicas – Ovadia Saadia

Gigi Accioly

Holofote @gigiaccioly - Jornalista (MTB 1468AL), colunista social do Jornal Primeira Edição (impresso/online); Assessora da Tehron - Núcleo de Comunicação; Realiza assessoria de imprensa e marketing; É cerimonialista e mestre de cerimônias; Editora-chefe e colunista da Revista Evidência Cosmopolita (Impressa), 1999/2015, AL; Colunista e editora da revista evidencia.com (EVDCIA on line); ex-apresentadora de TV, "Programa Gente em Evidência" exibido pela TV EVDCIA, TV Alagoas (SBT) e TV Mar; publicitária. Membro do Grupo Literário Alagoano (GLA); Ex-membro da ALANE/AL - Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro (Núcleo Alagoas); Comendadora (Comenda Professor Doutor Sebastião Palmeira (instituída pela Academia Maceioense de Letras). Diretora Regional em Alagoas da MBA - Mídia Brasil Associados; membro associada à FEBRACOS – Federação Brasileira de Colunistas Sociais. Ex-diretora de comunicação social da Soamar/AL. - Sociedade Amigos da Marinha de Alagoas; Colunista do extinto portal Ciro Batelli – Unique Style (SP e Las Vegas).

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