16 / 05 / 24

Cuidados com a saúde diante de tragédias climáticas

Olá sapiens,

Diante da recente tragédia climática que assola o Rio Grande do Sul, é essencial que estejamos atentos não apenas aos impactos imediatos das enchentes, mas também às possíveis consequências para a saúde pública. Como presidente da Regional Alagoas da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, gostaria de abordar algumas questões importantes relacionadas às doenças que podem surgir em decorrência desses eventos extremos e oferecer algumas dicas simples de prevenção.

As enchentes não apenas devastam comunidades e provocam danos materiais, mas também aumentam o risco de várias doenças infecciosas e problemas de saúde. Podemos recordar os trágicos eventos de enchentes ocorridos em Alagoas e Pernambuco em 2010, que deixaram marcas profundas em nossa região e nos alertaram para os perigos das enchentes não apenas em termos de segurança, mas também de saúde pública.

As enchentes podem aumentar significativamente o risco de várias doenças devido à contaminação da água, ao acúmulo de resíduos e ao deslocamento de pessoas para abrigos temporários. Algumas das doenças mais comuns associadas a enchentes incluem:

Doenças transmitidas pela água: A água contaminada por esgoto pode levar a doenças como cólera, febre tifoide, hepatite A, gastroenterite viral e bacteriana, além de infecções por parasitas como giardíase e amebíase.
Doenças de pele: O contato prolongado com água contaminada pode aumentar o risco de infecções na pele, incluindo dermatite, micose e infecções bacterianas.

Doenças respiratórias: O ambiente úmido e mofado após as enchentes pode contribuir para o crescimento de mofo e fungos, aumentando o risco de doenças respiratórias, como asma, bronquite, sinusite e pneumonia.
Doenças transmitidas por vetores: O aumento de água parada após as enchentes pode levar a um aumento na população de mosquitos e outros insetos transmissores de doenças, como dengue, zika, chikungunya e malária.
Lesões traumáticas: As enchentes podem causar lesões físicas, como cortes, contusões e fraturas, tanto durante o evento quanto durante atividades de resgate e limpeza pós-desastre.

Uma das principais preocupações é a leptospirose, uma doença bacteriana transmitida pela água contaminada, que pode causar febre, dores musculares e complicações graves se não tratada adequadamente. Além disso, outras doenças transmitidas pela água, como hepatite A, gastroenterite e infecções bacterianas, representam um risco significativo durante e após as enchentes.

Para prevenir essas doenças, é fundamental seguir algumas medidas simples, como:
Evite o contato direto com águas contaminadas e evite nadar ou brincar em áreas inundadas.
Use equipamentos de proteção adequados, como botas e luvas, ao lidar com água ou lama contaminada.
Lave bem as mãos com água e sabão após qualquer contato com águas de enchentes ou lama.
Mantenha a higiene pessoal e a limpeza de alimentos e utensílios de cozinha.
Evite o consumo de alimentos ou água que possam ter sido contaminados durante as enchentes.
Procure assistência médica imediata se apresentar sintomas como febre, dores musculares ou problemas respiratórios após o contato com águas de enchentes.

Neste momento difícil, é importante que todos estejamos unidos e atentos à saúde e segurança de nossa comunidade. Vamos cuidar uns dos outros e seguir essas orientações para prevenir doenças e promover o bem-estar de todos.

Cuidem-se.
Dr. Luiz Guilherme Camargo de Almeida
Clínico Geral
Presidente da Regional Alagoas da Sociedade Brasileira de Clínica Médica

foto: @orlandocostaportfolioCuidados com a saúde diante de tragédias climáticas

Dr. Luiz Guilherme Almeida

Luiz Guilherme Almeida

Saúde e Bem-estar Luiz Guilherme Almeida (CRM/AL 6134 | RQE 3731) Atualmente é Presidente da Regional Alagoas da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, conselheiro regional de medicina em Alagoas CREMAL (2018 a 2023 / 2023 a 2028), associado n 28523 da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Diretor Sócio Cultural e Intercâmbio (2020 a 2023) e Conselheiro Científico (2023 a 2026) da Sociedade de Medicina de Alagoas (SMA - AMB-AL), federada à Associação Médica Brasileira. Consultor Científico do Instituto Mundaka, para estudo de terapias com cannabis medicinal e fármacos psicodélicos. Tem experiência em terapia intensiva, área que atua desde 2002, e Nefrologia com ênfase em Hipertensão Arterial e Doença Renal do Diabetes. Ambulatório de Nefrologia e Hipertensão do Hospital do Coração Alagoano Professor Adib Jatene, CEO da W Life sapiens center, representante de Alagoas no Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia DHA SBC (2020 a 2024). Possui Título de Especialista em Nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia SBN/AMB e em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica SBCM/AMB.

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